contexto

As mudanças climáticas são um alarmante desafio global cujos impactos e consequências já são sentidos em todo o meio ambiente e na sociedade. Sua relação com a atividade humana foi cientificamente comprovada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas [IPCC, órgão científico da Organização das Nações Unidas (ONU)], e a grande evidência disso são os recorrentes registros de aumento da temperatura média do planeta Terra desde o advento da Revolução Industrial e das demais ações antrópicas que promoveram mais emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.

O ano de 2023 confirmou as projeções climáticas através dos tantos recordes de temperatura média global registrados. De acordo com o observatório europeu Copernicus, os meses de junho, julho e agosto no Hemisfério Norte registraram as maiores temperaturas médias globais já observadas. E a história não para por aí: além de a tendência ser que esse cenário piore, o aumento nas temperaturas gera uma série de consequências, como maior frequência e severidade de eventos climáticos extremos, como secas e chuvas fortes, inundações, escassez de recursos e elevação do nível do mar, que, por sua vez, afetam ecossistemas naturais, as comunidades humanas e o desenvolvimento de atividades econômicas.

A ascensão do debate sobre esse tema na agenda global, através da elaboração do documento conhecido por Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) e, mais tarde, com o estabelecimento do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, demonstrou o aumento da preocupação da liderança mundial com o futuro do meio ambiente. Tais marcos têm como objetivo promover a estabilização das concentrações de GEE na atmosfera, exigindo que as nações se responsabilizem por essa pauta através do incentivo e da implementação de soluções efetivas. 

Para o setor privado, portanto, é essencial alinhar suas metas aos ODS e às demais diretrizes a fim de se enquadrar ao cenário de redução de emissões do Acordo de Paris e limitar o aumento de temperatura a 1,5 °C com relação aos níveis pré-industriais. 

A Suzano acompanha anualmente as discussões internacionais, com participação ativa na Conferência do Clima, acompanhando o avanço de negociações e acordos e compromissos, bem como a agenda do setor empresarial e as tendências de negociação. Como parte dessa atuação, executivos(as) da Suzano estiveram engajados(as) na agenda da COP28, realizada em novembro e dezembro de 2023, em Dubai, participando de várias discussões, diálogos e reuniões a respeito de temas relevantes, que podem ser conferidos com maior profundidade no item “Suzano na COP28”, ao final desta página.  

As mudanças climáticas são consequência de ações realizadas por um conjunto de diferentes entes da sociedade, de diversos setores. Deve, portanto, ser um dever coletivo do setor público e privado agir para o desenvolvimento de soluções que promovam a adaptação e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.


Mudanças climáticas na Suzano 

Dado que as atividades do setor de papel e celulose dependem da gestão de florestas, do uso de recursos hídricos, do uso do solo e de atividades industriais, as mudanças climáticas impõem desafios e oportunidades relevantes ao setor. Na Suzano, este é um tema material e urgente, e ações efetivas para reduzir as emissões e maximizar as remoções de carbono da atmosfera fazem parte do dia a dia do nosso negócio. No modelo de negócio da Suzano, as florestas plantadas e nativas contribuem diretamente para remoção e estoque de gás carbônico (CO₂) do ar, preservação da biodiversidade, regulação do ciclo hidrológico, entre outros aspectos.

Ao mesmo tempo, as atividades industriais e de logística caracterizam-se pela alta intensidade de emissões de GEE, devido, principalmente, ao uso de combustíveis fósseis. Isso coloca grande responsabilidade sobre o papel da empresa para a mitigação e adaptação diante das mudanças climáticas, contribuindo com governos, sociedade civil e outros entes do setor privado para o enfrentamento desse desafio. 

Por isso, em 2021 a companhia construiu sua estratégia de mudanças climáticas a partir de uma abordagem sistêmica e colaborativa, conectando a agenda local e global e considerando os principais frameworks, desafios e o avanço científico. O Plano Suzano pelo Clima é uma representação das macrofrentes de atuação vinculadas à agenda climática, que ilustra a atuação multidisciplinar para o tema e direciona para o objetivo de integrar ainda mais as mudanças do clima à governança do negócio e impulsionar sua visão estratégica rumo à transição para uma economia de baixo carbono, contribuindo para um modelo de negócio cada vez mais resiliente e catalisador de oportunidades. 

Ainda, reconhecendo a importância de ser um agente protagonista e transformador no desenvolvimento combinado de soluções para a crise climática, a Suzano assumiu dois compromissos públicos de longo prazo: 

  1. Remover 40 milhões de toneladas de CO₂ equivalente de 2020 a 2025; 
  2. Reduzir a intensidade de emissões de carbono (escopos 1 e 2) por tonelada de produto produzido (tCO₂e/t) em 15% até 2030. 

Em 2023, a empresa obteve o saldo de 5.124.448 toneladas de remoções de carbono, resultando em um acúmulo de 27.136.288 toneladas de CO₂e de remoções desde o baseline (2020), o que representa 68% da sua meta. Em relação à meta de intensidade de emissões, em 2023 a intensidade da Suzano por tonelada de produção foi de 0,2057 tCO₂e/t, uma redução acumulada de 3,5% em relação ao ano-base da meta (2015), o que representa um avanço de 24% em direção ao seu atingimento. Considerando o ano de estabelecimento das duas metas de longo prazo de clima (2020), as emissões do ano-base nunca foram recalculadas e/ou redefinidas. A meta de remoções teve seu prazo antecipado de 2030 para 2025.

Ambos os compromissos englobam as emissões e remoções em nível corporativo, ou seja, de todas as operações florestais, industriais e de logística da Suzano em todos os territórios em que a empresa possui atuação, e nenhum deles está associado a programas ou regulamentos baseados em relatórios de emissões e/ou limitantes de emissões. A Suzano submeteu suas metas para validação da Science Based Target initiative (SBTi), alinhadas às metodologias e diretrizes estipuladas pela iniciativa. Como as metas submetidas ainda estão em estágio de validação, seu detalhamento técnico não será divulgado neste momento.

Com essas metas, a Suzano pretende ir além de ser carbono neutra e reduzir a intensidade de emissões de GEE. Isso significa que a companhia se compromete a remover da atmosfera mais GEE do que emite em seus escopos 1, 2 e 3 (upstream), ou seja, a trabalhar para uma significativa remoção adicional, tornando-se carbono negativa. Por possuir um balanço acumulado líquido negativo de emissões, a Suzano não depende de outras medidas compensatórias, como a compra de créditos de carbono. Ao contrário, ela própria possui capacidade de gerar créditos de carbono através de projetos específicos, como é possível conferir no indicador “Mercado de carbono”.

Para saber mais sobre os compromissos acima, acesse a página “Combater a crise climática”.

Além disso, a companhia possui uma robusta governança para esse tema, com o Conselho de Administração sendo responsável por supervisionar a estratégia de sustentabilidade, incluindo aspectos de mudanças climáticas, apoiado pelo Comitê de Sustentabilidade, órgão colegiado de assessoramento e instrução, responsável por definir a estratégia de gestão em mudanças climáticas e analisar e acompanhar três vezes ao ano a implementação dos objetivos, indicadores e metas definidos. Mais detalhes sobre a governança se encontram no indicador “TCFD na Suzano”.

Para orientar nossos(as) colaboradores(as) sobre os valores do negócio e alinhar comportamentos em direção a um objetivo comum, lançamos em 2022 e revisamos em 2023 a Política Corporativa de Mudanças Climáticas, cujos princípios visam garantir ações de mitigação para reduzir e remover GEE da atmosfera e maximizar os impactos positivos da empresa, além de desenvolver ações de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. A Política foi validada pelos diretores executivos de Sustentabilidade, Relações Corporativas, Riscos e Finanças, e pode ser acessada aqui. A Suzano também conta com um posicionamento público sobre o desmatamento zero e a Política de Suprimentos de Madeira, que esclarecem que a empresa não realiza nenhum tipo de supressão de mata nativa para sua produção.


O Plano Suzano pelo Clima

Esse modelo levou em consideração a complexidade e a multidisciplinariedade da temática e foi construído com base nas principais recomendações da Task-force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), diretriz amplamente reconhecida de transparência e reporte para a mitigação das mudanças climáticas. A Suzano já é aderente à iniciativa e possui um indicador dedicado a ela, o qual explica como gerimos e medimos os riscos e as oportunidades de clima. Para saber mais, acesse “TCFD na Suzano”.

Os quatro focos de atuação do Plano Suzano pelo Clima agrupam as nove frentes de trabalho prioritárias da estratégia de combate às mudanças climáticas da companhia, que se conectam conforme mostram as cores na representação gráfica. As coordenadas são transversais a toda a atuação da empresa.

Os focos de atuação estão descritos abaixo:


1. Mitigação

A mitigação engloba as ações e estratégias adotadas para reduzir a concentração ou evitar a emissão de GEE na atmosfera, visando minimizar as causas e os impactos das mudanças climáticas. Nesse sentido, a Suzano atua em diversas frentes, transversais a toda a operação, que buscam mitigar os impactos da companhia, desde projetos de modernização e eficiência até aqueles de substituição de combustível, troca de frotas alternativas ou outros tipos de tecnologia e inovação. 

O ponto de partida da companhia para medir o sucesso de suas ações é o Inventário de Gases de Efeito Estufa, ferramenta desenvolvida por meio de procedimentos estabelecidos internamente e metodologias reconhecidas e verificadas por terceira parte, que contabiliza anualmente as emissões e remoções totais da Suzano. É com base nesses resultados que a companhia mapeia e entende suas principais fontes de emissões para então poder mitigá-las, bem como realiza o monitoramento e a gestão de seus Compromissos para Renovar a Vida. O Inventário é publicado anualmente e identifica os desafios e as oportunidades da companhia. Para saber mais sobre ele, acesse “Gestão de emissões de GEE nas operações florestais, industriais e logísticas”.

Em 2023, a partir dos resultados do Inventário, a companhia identificou que as principais fontes de emissão foram provenientes do escopo 1 da companhia, devido ao consumo de combustíveis fósseis nos equipamentos estacionários das unidades industriais. Em relação ao ano de 2022, as emissões absolutas tiveram um ligeiro aumento (2%), influenciado pelas emissões da categoria de atividades agrícolas, em razão da consolidação da base florestal. A Suzano busca evoluir constantemente para reduzir suas emissões, através do seu Plano de Descarbonização, detalhado mais abaixo. 

As principais ações para mitigar as mudanças climáticas feitas pela empresa em 2023, em diferentes departamentos, estão listadas abaixo:


a. Industrial

Plano Diretor de Jacareí: foram realizadas melhorias na unidade a fim de obter maior eficiência e rendimento, tais como o retrofit de linha de fibra, troca de turbogerador, melhoria na sopragem da caldeira (ash leaching) e sistema de tratamento de condensado e metanol.


b. Energia

A área de Energia tem trabalhado com projetos de substituição e redução de consumo de combustíveis pesados em diferentes unidades, bem como projetos de retrofit e modernização focados em gerar maior eficiência na produção. Um exemplo é o projeto de retrofit da caldeira de recuperação de Aracruz (ES), que promoveu uma redução aproximada de 2 mil toneladas de CO₂e em 2023, por não manter o incinerador queimando gás. 


c. Logística e Suprimentos

Dado que a área de Suprimentos é responsável por apoiar as demais áreas da empresa com a parte de contratações e negociações comerciais, alguns dos projetos são realizados em parceria. No caso dos projetos de descarbonização de Logística, as duas áreas promoveram as seguintes iniciativas em 2023:

  • Utilização de veículo elétrico (van) para distribuição de papel na região dedicada e mais próxima do centro de distribuição (CD) do Rio de Janeiro (Duque de Caxias), com possibilidade de expandir esse projeto para outros CDs no Brasil. A estimativa é que o projeto reduza 0,05 tonelada de CO₂ por dia;
  • O projeto Ecobox foi implementado pela área de Logística da Celulose em outubro de 2023, com o objetivo de obter menor geração de poluentes para o meio ambiente e uma redução no consumo de diesel de em média 5% por veículo. A redução acontece através da instalação de um equipamento na parte elétrica do veículo. Esse equipamento faz um ajuste no módulo que libera a quantidade de diesel que deve ser enviada ao motor conforme o motorista acelera e desacelera. Atualmente, todos os veículos possuem um range de liberação de diesel maior que o necessário, então o equipamento encurta esse range, liberando exatamente a quantidade necessária;
  • A área de Logística do Papel e Embalagens implementou, em julho de 2023, um painel on-line de emissões de CO₂ voltado para a melhoria da gestão das emissões de GEE. Desde então, o projeto está atualizando mensalmente os dados de emissão do transporte rodoviário, marítimo, do consumo de energia e de gás liquefeito de petróleo (GLP). A partir dele, é possível avaliar a evolução dos projetos de descarbonização, tais como:
    • Empilhadeiras elétricas: o projeto, implementado em abril, consistiu na substituição de duas empilhadeiras movidas a GLP por elétricas. Com os dados médios de operação das empilhadeiras GLP, estima-se que a redução foi de 16,3 toneladas de CO₂ (de 28 de abril de 2023 até 30 de novembro do mesmo ano).
    • Energia verde nos CDs: o projeto de implementação de energia renovável nos CDs começou em 2022, através da instalação de painéis solares, migração para o mercado livre de energia e, por último, compensação da energia consumida do grid com RECs (caso as alternativas anteriores não tenham sido implementadas). O ano de 2023 foi concluído com toda a energia consumida sendo de fonte renovável ou, quando isso não fosse possível, sendo compensada.
    • Caminhões GNV: na renovação do BID de transporte dedicado das fábricas de Suzano (SP) e Limeira (SP), adicionou-se o requisito de que parte dos caminhões fosse a gás natural veicular (GNV), em substituição ao diesel (combustível mais emitente). Dessa forma, a fábrica de Suzano está operando com seis caminhões GNV (desde novembro de 2022) e a de Limeira com dois (desde julho de 2023). A redução foi de 29,9 toneladas de CO₂e em Suzano e de 7,4 toneladas de CO₂e em Limeira em 2023.


d. Digital

Foram realizados dois projetos nas unidades de Aracruz e Jacareí (SP):

  1. Thor Dessuper (Aracruz e Jacareí): foram feitos ajustes e melhorias ao longo de 2023 para otimizar o uso das redutoras de vapor para minimizar a geração de vapor base fóssil (óleo ou gás). Em Jacareí, de janeiro a novembro pouparam-se 891.079 metros cúbicos de gás natural. Em Aracruz, o Dessuper evitou a queima de 2.013 toneladas de óleo combustível.
  2. Thor Metanol (Aracruz): projeto piloto realizado na unidade para tomar melhores decisões sobre a queima de metanol renovável, minimizando o consumo de gás natural nos fornos. Entre maio (quando o projeto teve início) e novembro de 2023, foram poupados 891.079 metros cúbicos de gás natural. 


2. Adaptação

Enquanto a mitigação visa reduzir as emissões de GEE para prevenir futuros impactos climáticos, a adaptação concentra-se em ajustar as práticas existentes e desenvolver abordagens capazes de lidar com as novas condições impostas pelas alterações climáticas. Neste foco, a Suzano dedica esforços e implementa estratégias para lidar com os impactos já presentes ou esperados das alterações no clima, inclusive providenciando sua reparação ou cooperando com ela nas seguintes frentes:

  • Inteligência climática: são ações relacionadas ao monitoramento de dados relacionados ao clima de maneira eficiente e estratégica, com ênfase na análise, interpretação e uso inteligente dos dados climáticos para informar as decisões e ações da empresa. O Inventário de Gases de Efeito Estufa, mencionado anteriormente, é também uma ferramenta de extrema importância nesta frente. Além disso, a avaliação de cenários climáticos para o planejamento florestal e cadeia de valor e a execução de projetos conectados a adaptação e riscos, nas operações e com a cadeia, também são ações importantes.
  • Resiliência florestal: abrange as ações de pesquisa, desenvolvimento e adoção de estratégias para adaptação das áreas florestais, das comunidades do entorno e da cadeia de valor às mudanças climáticas. 


3. Transição

A transição para uma economia de baixo carbono refere-se a uma mudança significativa nos padrões de produção, consumo e investimento, visando criar uma economia mais sustentável, menos dependente de combustíveis fósseis e com menor pegada de carbono. Por isso, as empresas que desejam prosperar diante dos novos critérios dessa economia devem focar no desenvolvimento de novas soluções e negócios, no envolvimento das discussões em torno da precificação de carbono e no investimento em tecnologia, pesquisa e inovação. 

Assim, como uma companhia engajada na transição para uma economia de baixo carbono, a Suzano entende a importância do seu papel para fortalecer e viabilizar o mercado de carbono, bem como gerar créditos a partir da sua operação. Em 2021, a empresa elaborou o Projeto Cerrado de Carbono, no município de Ribas do Rio Pardo (MS), e, em 2022, o Projeto Horizonte de Carbono, no município de Três Lagoas (MS), ambos com base na metodologia de Arborização, Reflorestamento e Restauração (ARR) do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) ACM0003. O Projeto Horizonte foi submetido à certificação pela Verra e, em 2023, foi finalizada sua auditoria de verificação, disponibilizando 1,7 milhão de unidades de carbono verificadas (VCUs, na sigla em inglês). O Projeto Cerrado ainda está finalizando sua auditoria de validação. Para saber mais, consulte o indicador “Mercado de carbono”.

Na área financeira, a Suzano entende que um possível mercado regulado poderia gerar custos ou oportunidades, dependendo dos cenários de regulação, e, assim, passou a incorporar, no ano de 2023, uma variável de precificação interna de carbono para medir e verificar o impacto dos projetos nas emissões. Assim, a partir dessa análise, são gerados indicadores financeiros com e sem o preço-sombra de carbono, para que o impacto em emissões seja considerado nos processos de aprovação de novos investimentos, entre os demais critérios financeiros para a priorização de seus investimentos em Capex de modernização e expansão. Na prática, o preço interno de carbono passa a ser incorporado no valor presente líquido (VPL) dos projetos, com um cenário de viabilidade e um preço-sombra inicial de 10 dólares por tonelada. Com isso, projetos que reduzem emissões de GEE e ajudam a descarbonizar nossas operações terão melhor resultado financeiro e um diferencial para a tomada de decisão de alocação de capital. 

Além disso, como parte da estratégia de empoderamento da biomassa e demais soluções renováveis, o Suzano Ventures realizou, em 2023, um investimento de até 1 milhão de dólares em uma startup de carbono de Israel que está desenvolvendo uma tecnologia digital para fazer geoprocessamento, isto é, trazer agilidade e transparência para todo o processo de análise de uso do solo, mensuração e gestão do sequestro de carbono e uso de recursos hídricos. A Marvin Blue viu na parceria com a Suzano a oportunidade de expandir seus horizontes e, juntamente com nosso time, vem trabalhando no desenvolvimento de modelos inteligentes, que fornecem informações sobre cenários climáticos e contribuem para a eficiência nas operações de manejo e gestão das mudanças climáticas.


4. Integração

A Suzano possui convicção de que o combate às mudanças climáticas só será efetivo quando feito em conjunto. Por isso, a companhia reforça a importância de envolver e influenciar diversos atores em direção a uma economia de baixo carbono, através de iniciativas integradas com outras áreas da empresa, voltadas para o engajamento desse tema dentro e fora dela. Assim, a Suzano atua através de grupos de trabalho (GTs), projetos integradores e iniciativas gerais  presentes não só nas operações industriais, florestais e logísticas, como também em projetos de desenvolvimento estratégico. Algumas das principais frentes trabalhadas são:

  • Finanças sustentáveis: a comunicação transparente sobre as práticas ambientais é crucial para construir confiança com investidores(as) e stakeholders, demonstrando responsabilidade e resiliência financeira. A Suzano participa dos principais índices e ratings do mercado e possui Sustainability Linked Loans (SLL) e Sustainability Linked Bonds (SLB) alinhados às metas de redução na intensidade de emissões de GEE.  Em 2023, a empresa se destacou no EcoVadis Sustainability Rating, classificação que levou em conta a sustentabilidade empresarial de 100 mil companhias de mais de 175 países. A Suzano ficou entre o seleto grupo do 1% de melhores empresas avaliadas e foi classificada como Leader em Carbon Management Level, por seu forte sistema de gestão de GEE e pelos melhores compromissos, ações e capacidades de relatórios de descarbonização. Para conhecer os principais destaques e atualizações de 2023, acesse a página de Finanças Sustentáveis;
  • Comunicação e educação: a Suzano realiza ações de capacitação e conscientização para o tema, trazendo tendências, resultados e análise de dados ligados a riscos e oportunidades, não apenas em encontros construídos com esse objetivo, mas também através da participação em fóruns, workshops, eventos externos e encontros de GTs realizados por outras áreas. Em 2023, a empresa promoveu e participou de eventos internos e externos para capacitar e comunicar ao público os desafios das mudanças climáticas, a estratégia da Suzano perante o tema e assuntos correlacionados, como o de análise de ciclo de vida (ACV). A companhia também investiu na comunicação das mudanças climáticas através de seus canais de comunicação interna, como o Workplace e o Comunica e Você. Um destaque no ano foi um workshop de ACV ministrado em parceria com a Rede ACV, que contou com a colaboração de 173 colaboradores(as) internos(as);
  • Engajamento e influência: essa agenda é conduzida na Suzano entre diferentes áreas, principalmente através da participação em eventos e fóruns, da promoção de relacionamentos e parcerias, de advocacy e ações de engajamento com stakeholders, sobretudo fornecedores(as) e clientes. Visando garantir o atingimento do cenário de 1,5 °C do Acordo de Paris, a empresa busca influenciar o governo, instituições e pares na criação de normas, diretrizes e decisões que melhor orientem a trajetória para esse cenário. Listamos abaixo os principais feitos em 2023:
    • Participação em eventos e fóruns: com o objetivo de influenciar, mas também acompanhar a evolução de tendências da agenda climática nacional e internacional, a Suzano participou de mais de 40 eventos relacionados a diferentes discussões de clima, tais como mercados de carbono, transição energética justa, inovação e biodiversidade. Os eventos de destaque do ano foram a New York Climate Week e a COP28, sobre a qual há um trecho exclusivo no final deste indicador;
    • Promoção de relacionamentos e parcerias: a Suzano realizou duas importantes parcerias com o objetivo de neutralizar as emissões de carbono de produtos. Uma foi entre sua marca de papel Pólen®, que se uniu às editoras Companhia das Letras, Record e Sextante para neutralizar a emissão de carbono na produção de mais de 50 mil exemplares dos títulos Em Defesa do Tempo, É Assim que Começa e Uma Boa Vida, respectivamente. A outra parceria ocorreu entre a Suzano, a gráfica Box Print e a farmacêutica Merck, na neutralização de 102 toneladas de CO₂ geradas no processo de fabricação de 6 milhões de caixas de medicamentos;
    • Engajamento com stakeholders: a Suzano entende que não pode ser uma empresa sustentável se sua cadeia não seguir os mesmos princípios. É nossa responsabilidade ajudar e engajar clientes e fornecedores(as) a evoluir em sua estratégia de sustentabilidade para realmente causar um impacto positivo no mundo. A mensuração das emissões de GEE de nossos(as) fornecedores(as) permite à empresa buscar soluções em conjunto com parceiros(as) para reduzir nossas emissões de escopo 3. Essa redução impacta diretamente a meta de longo prazo da Suzano “Remoção líquida de 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2025”, que leva em consideração o balanço entre remoções (árvores plantadas + nativas) e emissões (escopo 1 + 2 + 3). Portanto, o engajamento de nossos(as) fornecedores(as) é essencial para a estratégia de mudanças climáticas da empresa. Com o objetivo de fortalecer ainda mais o relacionamento com nossos fornecedores(as) e estimular a adoção de compromissos conjuntos para a redução de emissões, firmamos parceria com o CDP através do programa Mudanças Climáticas na Cadeia de Valor. Essa colaboração visa engajar e auxiliar nossos(as) fornecedores(as) na mensuração, transparência de dados, definições de metas e avaliação de riscos e oportunidades relacionadas às mudanças climáticas. O programa possibilita a ampliação do conhecimento nesse tema na cadeia de valor, com consequente amadurecimento da gestão de emissões por parte dos(as) fornecedores(as). Para medir o sucesso de nosso engajamento, utilizamos a média de engajamento de outras empresas participantes do programa CDP Supply Chain como parâmetro. Números acima da média demonstrariam o sucesso de nossa abordagem. Para 2023, convidamos o dobro de fornecedores(as) do ano anterior (200), dos quais 152 representantes de categorias consideradas críticas em termos de emissões de GEE participaram voluntariamente desse terceiro ciclo do programa, um engajamento superior à média de 61% quando comparado com as demais empresas que também utilizam a plataforma do CDP Supply Chain. Nosso objetivo é que evoluam em sua estratégia para as mudanças climáticas e já demonstrem melhor desempenho no questionário do CDP deste ano. Também estamos promovendo conversas bilaterais para conhecer as ações de nossos(as) fornecedores(as) nas categorias mais relevantes e incentivar melhorias tanto no processo de coleta e disponibilização de dados de emissões para a Suzano quanto em suas próprias estratégias. Além disso, fomentar uma relação próxima com nossos(as) clientes é de extrema importância. Acreditamos firmemente que nossos produtos vão além de simples commodities, devido à sustentabilidade incorporada no processo de produção da Suzano, o que garante atributos distintivos que destacam nossos produtos no mercado. Atualmente, a celulose da companhia apresenta uma das intensidades de emissão mais baixas da indústria. Portanto, é crucial comunicar esses atributos aos (às) clientes, juntamente com nosso compromisso com a melhoria contínua, e participar de discussões sobre desafios compartilhados e possíveis sinergias. Além disso, a Suzano realiza análises de ciclo de vida em suas unidades de negócio, que buscam reduzir constantemente o impacto gerado em cada etapa do processo de seus produtos, bem como são do interesse de seus clientes, que por sua vez, também buscam gerir o impacto de seus produtos. Os destaques de 2023 estão no indicador “Avaliações do ciclo de vida”.
    • Advocacy: a Suzano compromete-se a orientar todas as suas atividades de influência/lobbying de maneira consistente com os objetivos do Acordo de Paris, com o principal objetivo de buscar restringir o aumento da temperatura global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, incluindo nas associações setoriais de que participa. A empresa entende que o estabelecimento desse mercado depende de novas legislações, atualmente em discussão no cenário político nacional. Com isso, defende que o avanço ocorra em bases sólidas, alinhadas às melhores práticas internacionais, de forma a explorar o enorme potencial da economia verde brasileira.  Por isso, seu objetivo de advocacy é fomentar a discussão nacional e internacional sobre regulações de carbono, e a companhia vem abordando esse tema com as seguintes associações:
      • Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), na qual a Suzano tem participação no Conselho Deliberativo e em outros comitês;
      • Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), no qual a empresa participa ativamente de Câmaras Técnicas (CTs);
      • Associação Brasileira de BioInovação (ABBI), da qual a empresa é membro e participa de grupos de trabalho;
      • Climate Connection, onde o gerente executivo de Carbono participa do grupo de liderança; 
      • Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura, da qual o CEO da Suzano é membro;
      • Grupo de Trabalho do Teste Piloto do GHG Protocol Land Use, no qual a gerente de Mudanças Climáticas faz parte do Advisory Committee

Também monitoramos tendências e nos envolvemos em iniciativas sobre esse assunto, como o desenvolvimento de um Mecanismo de Ajuste de Fronteiras de Carbono (CBAM, em inglês) da União Europeia. Um destaque da atuação da empresa em 2023 foi a já mencionada presença em dois importantes eventos de reconhecimento internacional: a New York Climate Week e a COP28. 


Reconhecimentos relacionados ao tema de mudanças climáticas         

Os compromissos da Suzano com a sustentabilidade e com a geração de valor no longo prazo são reconhecidos por avaliadores(as) externos(as), com relevante papel na agenda global sobre esse tema. Em relação à agenda de mudanças climáticas, em 2023 a empresa obteve os seguintes reconhecimentos:

  • Green Sustainable Development Contribution Award: o prêmio foi concedido pelo comitê organizador do festival internacional Green Zero-Carbon, que inclui algumas das mais influentes instituições de pesquisa, consultorias e veículos de mídia da China e reúne mais de mil representantes que atuam em políticas, negócios, academia e mídia, ao lado de companhias que apresentam seus objetivos, estratégias e melhores práticas, com o objetivo de apoiar a China em seus esforços para atingir uma economia com zero emissão líquida;
  • Prêmio Edie Net-Zero: a Suzano foi vencedora do prêmio na categoria Fabricante do Ano. O objetivo do prêmio é reconhecer e recompensar os indivíduos e organizações que lideram a transição para uma economia net zero;
  • Prêmio Dual Carbon Innovator: a Suzano foi premiada na primeira Conferência da Dual Carbon Goal Activists, organizada pela Southern Weekly em Pequim. O objetivo do evento era demonstrar a evolução das empresas na implementação das suas estratégias para alcançar a redução de emissões e a neutralidade de carbono (“objetivo duplo de carbono”). O prêmio buscou reconhecer os (as) líderes e inovadores(as) dessa estratégia através de uma extensa pesquisa;
  • Sustainalytics: a avaliação de 2023 classificou a Suzano na melhor categoria, a de Baixo Risco. Isso significa que a companhia tem baixa chance de sofrer impactos relevantes em decorrência de aspectos ESG. Em mudanças climáticas, os destaques foram na integração de cenários climáticos na estratégia de negócio e em iniciativas de adaptação e gestão de riscos de mudanças climáticas;
  • EcoVadis: em 2023, tivemos destaque no EcoVadis Sustainability Rating, classificação que levou em conta a sustentabilidade empresarial de 100 mil companhias de mais de 175 países. A Suzano ficou entre o seleto grupo do 1% de melhores empresas avaliadas e foi classificada como Leader em Carbon Management Level, por seu forte sistema de gestão de GEE e pelos melhores compromissos, ações e capacidades de relatórios de descarbonização. Em mudanças climáticas, avançou nos critérios “Treinamento de colaboradores(as) em mudanças climáticas” e “Melhoria da eficiência energética”, por meio de atualizações tecnológicas/equipamentos nas fábricas;
  • Dow Jones Sustainability Index: a Suzano manteve sua posição como a terceira empresa mais bem pontuada do setor em 2023, mas evoluiu na pontuação dos critérios de análise de ciclo de vida em produtos, emissões GHG (scope 2), supervisão do Conselho de Administração no tema de mudanças climáticas, TCFD, compromissos net zero, análise de cenários climáticos e precificação interna de carbono;
  • Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): a Suzano mais uma vez entrou para a carteira do ISE e evoluiu sua nota de 81,8 para 85,3 em 2023. Em mudanças climáticas, os principais avanços foram nos temas de eficiência energética, aumento da participação de energias renováveis na matriz energética da companhia e gestão do ciclo de vida de produtos com base no resultado do CDP de 2022;
  • Índice de Carbono Eficiente da B3 (ICO₂): o Índice é um indicador criado pela B3 em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é composto de ações de empresas participantes do IBrX-100 (indicador formado pelos 100 ativos mais negociados no mercado de capitais brasileiro) que aceitaram assumir práticas transparentes em relação às suas emissões de GEE, como a elaboração e divulgação do Inventário de Gases de Efeito Estufa, afirmando a preocupação com o aquecimento global. O seleto grupo reúne 79 ações listadas na B3, e a Suzano foi uma das empresas listadas na carteira de janeiro a abril de 2024, pelo quarto ano consecutivo. A quantidade de ações da companhia corresponde a aproximadamente 2% da composição teórica total do Índice;
  • Carbon Diclosure Project (CDP), questionário Mudanças Climáticas: em 2020, ingressamos na plataforma CDP, que alimenta investidores(as) e governos em seu processo decisório com base em importantes informações de gestão de risco, oportunidades e impactos socioambientais. Trata-se de uma iniciativa criada para mobilizar essas partes no intuito de construir e acelerar ações colaborativas para um desenvolvimento que funcione para as atuais e futuras gerações. Em nosso ano de estreia, pela metodologia da organização, já obtivemos nota B nos três questionários respondidos, referentes a clima, água e florestas. Em 2023, focamos na constante evolução do nosso desempenho, trabalhando em cima dos gaps reconhecidos, relacionados às ações da empresa e à transparência na sua divulgação. Desta forma, pontuamos a nota A- nos questionários de clima e floresta e a nota A no questionário de água;
  • Transition Pathway Initiative (TPI): segundo a plataforma, a meta de redução da intensidade de emissões de escopos 1 e 2 da Suzano está entre as melhores do setor e em linha com o cenário climático de abaixo de 2 °C, ou seja, além do cenário de redução estabelecido no Acordo de Paris. Em 2021, a Suzano figurava no nível 2 – Building capacity. Já em 2022, sua evolução foi percebida pela iniciativa, posicionando a empresa no nível 3, que considera a integração da gestão de emissões de GEE e os riscos e oportunidades relacionados à transição para uma economia de baixo carbono da Suzano no nível operacional e de tomada de decisão (integrating into operatinal decision making). O resultado se manteve em 2023;
  • Climate Action 100+ (CA100+): lançada em 2017, a iniciativa liderada por investidores(as) tem foco inicial nas 100 empresas com maior volume de emissões diretas (escopos 1 e 2) e indiretas (escopo 3), identificadas a partir de dados modelados e reportados pelo CDP. No ano seguinte ao lançamento, os (as) investidores(as) foram convidados(as) a nomear empresas que tenham oportunidades específicas para impulsionar a transição para energia limpa, que podem estar altamente expostas a riscos financeiros relacionados ao clima ou que podem ser cruciais em nível regional ou nacional. A Suzano, por sua vez, foi nomeada para a iniciativa no final de 2020, identificada como tendo um papel importante na transição para zero emissão líquida até 2050 ou antes. Em 2023, dos 11 indicadores avaliados de acordo com as informações públicas da empresa, dois correspondem aos critérios da iniciativa (metas de redução de GEE de médio prazo e divulgações da TCFD), e outros dois correspondem parcialmente (governança climática e metas de redução de emissões de curto prazo). O indicador de histórico de redução de emissões ainda não foi avaliado, por ser novo;
  • Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD): a Suzano foi a primeira empresa do setor de papel e celulose a protagonizar um estudo de caso da TCFD, lançado em 2015 no TCFD Knowledge Hub – página na qual são divulgadas iniciativas relacionadas às recomendações da TCFD, que já expôs 14 estudos de caso (principalmente advindos de empresas do setor financeiro e não financeiro). No caso da Suzano, o destaque foi para esta Central de Sustentabilidade, que contém informações financeiras relacionadas às mudanças climáticas, em linha com as recomendações de mensuração e transparência de resultados propostas pela TCFD. Ao longo dos últimos dois anos (2022 e 2023), a companhia realizou uma análise com uma consultoria externa para se tornar 100% aderente à diretriz e, a partir de 2024, pretende implementar seus resultados. A análise demonstrou que a Suzano tem um alto desempenho em sua estratégia de clima e na estruturação e divulgação de suas métricas e metas climáticas; a companhia possui mais oportunidades de melhoria nas dimensões de governança e gestão de riscos;
  • Science Based Target initiative (SBTi): como parte do seu compromisso assumido em 2021 com as iniciativas Business Ambition for 1.5°C e SBTi, em 2023 a Suzano submeteu para validação suas metas de redução de emissões de GEE e remoção de CO₂ alinhadas às metodologias e diretrizes estipuladas pela SBTi. O detalhamento técnico dessas metas ainda não será divulgado, uma vez que elas estão sujeitas a possíveis alterações durante o processo de validação. Enquanto aguarda a aprovação, a Suzano segue em comunicação com a SBTi, não somente para colaborar na homologação das propostas de meta submetidas, mas também para continuar acompanhando tanto a elaboração da ferramenta específica para a trajetória de 1,5 °C do setor de papel e celulose quanto as atualizações do Guia de Florestas, Uso do Solo & Agricultura (SBTi FLAG), que pode sofrer modificações após a publicação oficial da metodologia mundial de cálculo de remoções (GHG Protocol Land Sector and Removals, atualmente em fase piloto). Dessa forma, reafirmamos nosso compromisso em garantir uma abordagem metodologicamente robusta para aumentar ainda mais nossas ambições e a velocidade da nossa jornada de descarbonização e remoção de carbono da atmosfera. Vale mencionar que as atuais metas voluntárias de descarbonização e remoção assumidas pela companhia já são aderentes à ciência e em conformidade com o Acordo de Paris.


Plano de Descarbonização da Suzano

No ano de 2023, a Suzano avançou significativamente no desenvolvimento do seu Plano de Descarbonização, concentrando esforços em diversas frentes. Ênfase especial foi dada aos estudos sobre soluções de descarbonização, envolvendo a atualização da curva de custo marginal de abatimento (MACC, em inglês). Com o apoio de uma consultoria especializada, foi promovida uma série de workshops internos, nos quais a empresa obteve colaboração de diferentes departamentos, como Engenharia, Logística, Energia, P&D, Supply Chain e Novos Negócios, a fim de colher insights valiosos sobre projetos e oportunidades relacionadas à descarbonização.

Além disso, procedeu-se à revisão das emissões projetadas para 2050, considerando as premissas de crescimento da empresa fornecidas pela equipe de Estratégia. Esse exercício proporcionou uma visão mais clara da trajetória de descarbonização que está sendo desenhada. A Suzano também conduziu uma análise aprofundada dos principais frameworks publicamente disponíveis relacionados à transição climática, identificando os requisitos necessários para estar em conformidade com cada um deles, avaliando simultaneamente os parâmetros já atendidos pela empresa.

A ambição da Suzano foi submetida à avaliação da SBTi, com propostas de metas encaminhadas para aprovação no próximo ano. Esse comprometimento com as diretrizes da iniciativa reflete o esforço da empresa em alinhar suas metas de sustentabilidade com padrões internacionalmente reconhecidos.

Olhando para o ano de 2024, a Suzano direcionará seu foco para aprofundar as alavancas de descarbonização identificadas, buscando detalhamento técnico para viabilizar alternativas eficazes. O processo de estabelecimento de metas baseadas nas metodologias Science Based Targets será continuado, enquanto o roadmap de descarbonização será refinado, especialmente após a aprovação das metas pela SBTi. A empresa manterá seu compromisso em envolver as diversas áreas internas que contribuem para a evolução desse tema, além de trabalhar para aumentar a aderência aos frameworks de transição climática, visando ao pleno atendimento desses requisitos.


Suzano na COP28

Dada a dimensão da Suzano e o quanto a questão de clima é estrutural para a prosperidade da sociedade e da companhia no longo prazo, é imperativo que esta faça parte do movimento global de combate às mudanças climáticas. A enorme escala das ameaças e dos impactos da crise climática versus a exigência por soluções igualmente escaláveis faz a companhia crer no seu potencial como promotora de soluções inovadoras. Por isso, é seu dever engajar e influenciar os diferentes setores em direção a uma economia de baixo carbono, participando de diferentes associações, grupos de trabalho e iniciativas de formulação dessa agenda na implementação do Acordo de Paris e na viabilização do mercado regulado de carbono.

Como parte dessa atuação, executivos(as) da Suzano estiveram engajados(as) na agenda da COP28, realizada entre 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023, em Dubai, participando de várias discussões, diálogos e reuniões a respeito dos temas relevantes abaixo e que a companhia elencou como prioritários para seu engajamento: 


1. Mercado de carbono 

  • Avanço na definição de bases legais para regulamentação do mercado de carbono no Brasil
  • Negociações internacionais para comércio de emissões
  • Mudanças de regras nos mercados voluntários e busca por maior integridade
  • Acompanhamento das definições de regras para comércio internacional de direitos de emissão (ITMOS, art 6.4)
  • Acompanhamento das definições de metodologias para projetos de créditos de carbono florestais (art 6.2 e 6.4)
  • Aceitação da regulamentação de carbono no Brasil pelos mercados internacionais (CBAM etc.)
  • Networking com atores dos mercados voluntários (Verra, ICVCM, VCMI, Gold Standard etc.)
  • Negociação de protocolos para mensuração de inventários florestais (GHG, SBTi)


2. Biodiversidade 

  • Tendências de investimento em soluções baseadas na natureza e como a Suzano pode contribuir para reverter a perda de biodiversidade até 2030
  • Implementação do Global Biodiversity Framework


3. Energia

  • Transição de energia justa: a Suzano pode contribuir para a ambição de triplicar a oferta de renováveis e dobrar a eficiência energética no mundo até 2030 através do uso e da exportação de energia renovável proveniente da biomassa


4. Soluções para a mudança climática

  • Natureza como um elemento essencial nos planos de transição climática
  • Adoção de metas mais ambiciosas baseadas na ciência para a redução de emissões e para a natureza (usando SBTi FLAG)
  • Adoção da Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD), iniciativa que permite que as empresas incorporem os riscos e oportunidades relacionados à natureza em seu planejamento estratégico, gestão de riscos e decisões de alocação de ativos através de recomendações de reporte
  •  Redução gradual de combustíveis fósseis:
    • Investimento no desenvolvimento de tecnologias e uso de novos produtos para viabilizar tal redução;
    • Promoção do uso de fontes renováveis, como a biomassa 


Com a associação Ibá, da qual somos membros, a Suzano acompanhou a agenda das negociações oficiais principalmente para os temas: 

  • Artigo 6 do Acordo de Paris (mais detalhadamente, os artigos 6.2 e 6.4);
  • Acompanhamento dos anúncios do governo federal brasileiro;
  • Agendas de destaque da COP, tais como: 
    • Perdas e danos;
    • Conexão da agenda de clima e biodiversidade;
    • Financiamentos climáticos;
    • Resultados do Globalstocktake (ampliação da ambição e compromissos assumidos no Acordo de Paris, a serem apresentados na COP de 2025).


Road to COP30

Durante o ano de 2023 e ao longo da COP, a Suzano esteve ativamente envolvida em discussões nacionais e internacionais, participou de reuniões bilaterais com diversos stakeholders e marcou presença em eventos relevantes. Esse comprometimento permitiu à empresa compreender as oportunidades, identificar tendências e delinear possíveis estratégias de atuação para a COP30.

Para a Suzano, a agenda da COP representa um compromisso anual que se desenvolve ao longo do ano em conjunto com as associações das quais a empresa faz parte. Essa colaboração está alinhada à estratégia de engajamento estabelecida pela companhia.

Para obter mais informações sobre o envolvimento da Suzano em associações, consulte o indicador “Participação em associações”.