A Suzano busca constantemente desenvolver bioprodutos com o menor impacto ambiental possível, oferecendo soluções para os desafios da sociedade. Nesse sentido, realizamos estudos de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV, segundo a ABNT NBR ISO 14040/14044 e a ISO 14067, que define os requisitos para quantificar e relatar a pegada de carbono de produtos ao longo de seu ciclo de vida) para mensurar a performance ambiental dos produtos e atuar na melhoria dos processos. Embora não possuamos a certificação ISO 14046 (ISO da Água) nem da Water Footprint Network, temos a categoria de impacto no uso da água na ACV seguindo a ISO 14040.

Reconhecida internacionalmente, a ACV promove a avaliação cautelosa do potencial de impacto dos diferentes itens do nosso portfólio, considerando todo o processo produtivo, desde a extração de matérias-primas até, possivelmente, a destinação final do produto. Na metodologia, são avaliadas diferentes categorias de impacto no ecossistema (água, solo e ar) e na saúde dos seres vivos. São elas: esgotamento da água; uso da terra; depleção abiótica (combustíveis fósseis, minerais); acidificação; ecotoxicidade; eutrofização; aquecimento global; depleção da camada de ozônio; formação fotoquímica de ozônio; e toxicidade humana.

Atualmente, temos uma cobertura significativa do portfólio de produtos com estudos de ACV, seguindo os requisitos de qualidade da ABNT NBR ISO 14040/14044 e ISO 14067. Para o próximo ano, planejamos um aumento significativo na cobertura.

Temos estudos de ACV desenvolvidos para os seguintes itens do nosso portfólio, bem como outros estudos em andamento: 

• Celulose branqueada;
• Celulose não branqueada/Brown Panda/Eucapack;
• Celulose fluff;
• Lignina – Ecolig®;
• Celulose microfibrilada (MFC) (screening);
• Papel tissue/higiênico; 
• Papel-cartão – todas as principais linhas e gramaturas;
• Linhas Bluecup® e Bluecup Bio®/papel para copos – principais volumes e gramaturas;
• Papel offset – todas as principais linhas e gramaturas;
• Linha Pólen Soft Natural.

A partir disso, temos como objetivo identificar oportunidades de melhoria ao longo da cadeia e estabelecer planos de ação para reduzir, por exemplo, a pegada de carbono dos itens do portfólio, como a redução de combustíveis fósseis em todas as fases de produção, entre outras oportunidades, em conjunto com os demais elos da cadeia de valor. 

Economia circular

O conceito de economia circular é central no modelo de negócios e na visão de longo prazo da Suzano. Somos um dos maiores produtores mundiais de materiais renováveis de base biológica, como celulose, embalagens de papel e fluff, além de novos negócios originados da biomassa de eucalipto, como lignina, bio-óleo e MFC. Esse foco em recursos renováveis e ciclos naturais garante que a Suzano permaneça alinhada aos princípios de uma economia circular, em que os materiais são reutilizados continuamente e os resíduos são minimizados em toda a cadeia de fornecimento.

Dois exemplos de economia circular na Suzano são: 

• Substituição de tubetes plásticos utilizados na propagação de mudas de eucalipto por tubetes de papel – estes são compostados, e seu composto, rico em nutrientes, é utilizado em pequenas lavouras;
• Produção de corretivo de acidez de solo a partir de resíduos inorgânicos gerados no processo de produção da celulose, como: dregs, grits, lama de cal e cinzas. Sua utilização nos processos de plantio fecha o ciclo biológico e garante redução na utilização de calcário mineral.

Como uma empresa de base renovável, o fechamento de ciclo pode ser associado à rota biológica, que é regenerativa por si só e sem desperdícios, uma vez que os componentes do produto podem voltar aos ciclos biológicos naturais, por meio dos processos de biodegradação. Por outro lado, dentro da rota técnica, temos buscado aumentar nossa participação ativa na estruturação da cadeia da reciclagem, participando de fóruns do setor [Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)] e do governo, conscientes de que esse é um dos importantes atributos a serem trabalhados, mas não o único.

A ACV é utilizada para validar as possíveis alternativas de circularidade, visto que nem sempre uma solução de fechamento de ciclo oferece o melhor desempenho ambiental possível. Ou seja, não basta endereçarmos a problemática de resíduos sólidos se, por outro lado, desenvolvemos processos mais demandantes de recursos naturais ou, então, mais intensivos em emissões de gases de efeito estufa (GEE). 

Celulose

As análises de ciclo de vida são um pilar importante no gerenciamento de portfólios da Unidade de Negócio Celulose (UNC). Ao longo de 2024, foram atualizadas as ACVs de todas as unidades produtivas considerando as normas ISO 14040/14044 e ISO 14067. O resultado teve a verificação de terceira parte pela KPMG e o envolvimento da consultoria também em sua idealização para o refinamento das premissas utilizadas nos estudos. 

Adicionalmente, foram desenvolvidos estudos em conjunto com a academia e com seus stakeholders, com o apoio de P&D. No último, implementamos quatro projetos de ACV com o mercado na Europa e na Ásia.

Eucafluff®

Em 2024, atualizamos o estudo de ciclo de vida da Eucafluff®, feita em caráter comparativo com a fluff de pinheiro produzida no sudeste dos Estados Unidos¹. Com a alta tecnologia implementada nos plantios de eucalipto da Suzano, hoje é possível produzir mais fluff em menor ocupação de solo, consumindo menos recursos naturais e reduzindo o impacto ambiental ao longo da cadeia produtiva².

Papel e Embalagens

A ACV foi utilizada novamente para quantificar os impactos ambientais associados a embalagens de medicamentos. A ação, que já havia sido realizada em 2023, foi renovada para 2024, e as emissões de carbono decorrentes da produção foram compensadas por créditos de carbono da Suzano. Mais uma vez a iniciativa reforça o comprometimento em equilibrar os impactos ambientais da operação, contribuindo para a sustentabilidade e apoiando projetos que promovam práticas ambientais responsáveis. 

A partir dos novos estudos de ACV de Celulose finalizados em 2024, a unidade de papel passará por um processo de atualização de suas ACVs em 2025, ampliando a cobertura para todo o seu portfólio, e por revisão de terceira parte.

Novos Bionegócios

Em nossa Unidade de Novos Bionegócios, a ACV também é incorporada desde a fase inicial do desenvolvimento, com o intuito de identificar pontos críticos em termos de impactos ambientais. Adotamos uma abordagem de ecodesign, o que significa que, no próprio design de novos produtos e de suas respectivas aplicações, buscamos mapear e integrar, quando possível, processos e tecnologias alternativas capazes de reduzir os impactos ao longo do ciclo de vida do produto.

Nesse contexto, destacamos o desenvolvimento de inovadoras biossoluções, como Ecolig®, lignina técnica kraft de eucalipto, e Biofiber, celulose microfibrilada (MFC), ambas com características multifuncionais, que têm como objetivo reduzir nossa dependência de recursos não renováveis, podendo, inclusive, auxiliar na redução da pegada de carbono de produtos que as incorporem em sua formulação.

Além de contribuir para a sustentabilidade e a circularidade nas cadeias de valor em que estão inseridas, essas soluções apresentam propriedades únicas, abrindo caminho para a otimização de recursos e maior eficiência nos processos, alinhando-se, assim, com nossos compromissos ambientais e nossas estratégias de desenvolvimento sustentável. Para o Ecolig, iniciamos o estudo de EPD, documento que analisa o desempenho ambiental de um produto, que necessita de ACV para sua realização. O lançamento está previsto para maio de 2025.  

GT ACV

Temos um Grupo de Trabalho de Análise de Ciclo de Vida (GT ACV), que inclui as diferentes unidades de negócio: UNC, Unidade de Negócio Bens de Consumo (UNBC), Unidade de Negócio Papel e Embalagens (UNPE), Novos Negócios, Ecoeficiência, Fluff e Mudanças Climáticas.

Nesse fórum foram apresentadas as diferentes demandas das unidades de negócio, para o compartilhamento de experiências e debate em busca de melhores práticas e caminhos mais eficientes na execução de projetos.

As lições aprendidas ao longo de 2024 na unidade de celulose para a execução da ACV foram compartilhadas com a unidade de papel e embalagens, assim como no desenvolvimento da EPD de lignina. Foram também compartilhadas as experiências de participação em diferentes fóruns, como o de economia circular, e cursos, além da apresentação e do debate de diversas metodologias, como a ACV Social.

O grupo foi utilizado, ainda, para a coleta de informações e dados a fim de atender a índices como o CDP. Além disso, ao longo do ano foram divulgadas pílulas de conhecimento de ACV de cada unidade de negócio, destacando suas realizações.

Na tabela abaixo estão os dados, desde 2020, sobre a porcentagem do portfólio de produtos da empresa que possui ACV.

Notas:

1. Esse estudo teve como objetivo comparar o impacto ambiental de diferentes sistemas para a produção de celulose fluff, utilizando-se, para isso, os dados da fluff produzida pela Suzano no Brasil e da fluff produzida no sudeste dos Estados Unidos.
2. Saiba mais em: Suzano Eucafluff.