contexto

As mudanças climáticas são um desafio global alarmante, comprovado cientificamente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), com impactos já sentidos no meio ambiente e na sociedade. Desde a Revolução Industrial, as ações humanas aumentaram as emissões de gases de efeito estufa (GEE), resultando em recordes de temperatura média global em 2023 e 2024, com 2024 sendo o primeiro ano a ultrapassar 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais. O aumento da temperatura causa eventos climáticos extremos, afetando ecossistemas, comunidades humanas e atividades econômicas, agravando desigualdades e violando direitos humanos, especialmente para populações vulneráveis.

A preocupação global com o futuro do meio ambiente é refletida na Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (UNFCCC), no Acordo de Paris e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera. Para o setor privado, é essencial alinhar metas aos ODS e ao Acordo de Paris para limitar o aumento de temperatura a 1,5 °C.

A Suzano participa ativamente das discussões internacionais, incluindo a Conferência do Clima, e esteve engajada na COP29 em 2024, no Azerbaijão, participando de discussões e reuniões sobre temas relevantes. As mudanças climáticas são consequência de ações de diversos setores da sociedade, exigindo um esforço coletivo do setor público e privado para desenvolver soluções de adaptação e mitigação.


Mudanças climáticas na Suzano 

Dado que as atividades do setor de papel e celulose dependem da gestão de florestas, do uso de recursos hídricos, do uso do solo e de atividades industriais, as mudanças climáticas impõem desafios e oportunidades relevantes ao setor. Na Suzano, este é um tema material e urgente, e ações efetivas para reduzir as emissões e maximizar as remoções de carbono da atmosfera fazem parte do dia a dia do nosso negócio. No modelo de negócio da empresa, as florestas plantadas e nativas contribuem diretamente para a remoção e o estoque de gás carbônico (CO₂) do ar, a preservação da biodiversidade e a regulação do ciclo hidrológico, entre outros aspectos.

Ao mesmo tempo, as atividades industriais e de logística caracterizam-se pela alta intensidade de emissões de GEE, devido, principalmente, ao uso de combustíveis fósseis. Isso coloca grande responsabilidade sobre o papel da Suzano para a mitigação e adaptação diante das mudanças climáticas, contribuindo com governos, sociedade civil e outros entes do setor privado para o enfrentamento desse desafio. Para saber mais sobre a contabilização e o acompanhamento das emissões da companhia, acesse o indicador “Emissões de gases de efeito estufa (GEE) e metodologia“.

Por isso, reconhecendo a importância de ser um agente protagonista e transformador no desenvolvimento combinado de soluções para a crise climática, a Suzano tem revisado suas práticas e desenvolvido sua estratégia e gestão de riscos e oportunidades climáticos de acordo com as recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), agora incorporadas pela IFRS Foundation. 

A empresa já possui um histórico robusto no alinhamento às recomendações da TCFD, e este indicador reporta sua performance de acordo com os requisitos e as recomendações da instituição, bem como os do caderno IFRS S2 do International Sustainability Standards Board (ISSB), sobre mudanças climáticas. Com transparência e destacando os potenciais impactos relacionados ao clima, seguiremos empenhados em evoluir nas recomendações ainda não atendidas, com um plano claro para a implementação dos requisitos dos cadernos IFRS S1 e S2 ao longo dos próximos dois anos, quando estes se tornarão obrigatórios no Brasil.


Metas e métricas

Como forma de afirmar seu alinhamento com as principais exigências regulatórias e de transparência e visando garantir a redução dos seus impactos ambientais, a Suzano assumiu dois compromissos públicos de longo prazo: 

  1. Remover 40 milhões de toneladas de CO₂ equivalente de 2020 a 2025; 
  2. Reduzir a intensidade de emissões de carbono (escopos 1 e 2) por tonelada de produto produzido (tCO₂e/t) em 15% até 2030. 

Em 2024, a empresa realizou a aquisição de duas unidades fabris da empresa denominada Pactiv Evergreen, ocorrendo a efetiva adesão dessas operações em nossas atividades em outubro de 2024. Diante disso, os cálculos de emissões de gases de efeito estufa incorporadas ao nosso inventário foram desenvolvidos de acordo com:

  •  Metodologia conforme regras do GHG Protocol, incluindo aprimoramentos e as emissões da Suzano Packaging do ano todo, que resultaram em alteração nos números do ano-base (2015), nos resultados de 2022 a 2024 e na atualização do KPI de meta de 2030; 
  • Separação entre operações preexistentes e novas operações da Suzano Packaging.
    • Está planejado para 2025 o lançamento da nova metodologia do GHG Protocol para uso da terra e remoções, que aprimorará a metodologia de cálculo. 

A metodologia do GHG Protocol é aplicada pela Suzano para calcular e apresentar as emissões de GEE de cada uma das subsidiárias durante todo o ano relatado, independentemente do momento da incorporação financeira. Em relação a essa abordagem, já adotada anteriormente pela empresa, revisamos os métodos de cálculo do Inventário de GEE seguindo a metodologia do GHG Protocol e da ISO 14064. Essas alterações culminaram na alteração dos resultados de escopos 1, 2 e 3 no ano-base (2015) e nos anos de 2022 e 2023, além do resultado de 2024.

Essa revisão foi baseada em melhoria contínua e aprimoramentos metodológicos, como atualização dos índices de GWP referentes ao Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do IPCC, aprimoramentos em fatores de emissão de fontes do escopo 1 e ampliação da contabilização das categorias materiais e aplicáveis do escopo 3, passando de seis para dez categorias. Dada a representatividade das mudanças acima, foi realizada a revisão do ano-base (2015) para os escopos 1 e 2, e a incorporação das emissões das categorias relevantes de escopo 3 também nos anos 2022, 2023 e 2024.

Assim, em 2024 a empresa obteve o saldo de 2,3M toneladas de remoções de carbono, resultando em um acúmulo de 29,4M toneladas de CO₂e de remoções desde o baseline (2020), o que representa 73,4% da sua meta. Essa meta conta somente com mais um ano para o encerramento. Nesse sentido, é importante considerar:

  • Deve-se garantir o efeito de comparabilidade histórica; 
  • Para não ter necessidade de alterar a baseline e o valor da ambição, optou-se por não incorporar as emissões da aquisição da Suzano Packaging no cálculo, como realizado na meta de redução de emissões, e manter as mesmas categorias de escopo 3 (parcial) que vinham sendo consideradas previamente. Nesse sentido, foram realizados apenas os aprimoramentos metodológicos não significativos (<1% de impacto na meta) nas emissões de escopo 1.

Em relação à meta de intensidade de emissões, em 2024 a intensidade da Suzano por tonelada de produção foi calculada de duas formas:

  • 0,2046 tCO₂e/t, redução de 2,9% em relação ao ano anterior. Esse resultado considera a metodologia conforme regras do GHG Protocol, incluindo aprimoramentos e as emissões da Suzano Packaging do ano todo, que resultaram em alteração nos números do ano-base (2015), nos resultados de 2022 a 2024 e na atualização do KPI de meta de 2030;
  • 0,1803 tCO₂e/t, considerando apenas as operações da Suzano preexistentes, e 0,5965 tCO₂e/t, considerando as operações da Suzano Packaging em 2024.

Ambos os compromissos englobam as emissões e remoções em nível corporativo, ou seja, de todas as operações florestais, industriais e de logística da Suzano em todos os territórios em que a empresa possui atuação, e nenhum deles está associado a programas ou regulamentos baseados em relatórios de emissões e/ou limitantes de emissões. 

Desde sua adesão à Science Based Targets initiative (SBTi), em 2021, a Suzano trabalha no estabelecimento de uma meta de redução de emissões de GEE alinhada ao cenário de 1,5 °C. Esse esforço deverá contemplar emissões diretas e da cadeia de valor (escopo 3). Em 2023, as propostas de meta foram submetidas e, ao longo de 2024, avançamos no processo de validação das metas na iniciativa. Vale mencionar que a meta atual (redução de 15% da intensidade de emissões) é aderente à ciência e em conformidade com o Acordo de Paris, segundo três metodologias: Transition Pathway Initiative (TPI), Baringa e Truecost. 

Em relação ao compromisso de remoções, é importante reiterar que a Suzano não depende de outras medidas compensatórias, como a compra de créditos de carbono. Ao contrário, ela própria possui capacidade de gerar créditos de carbono através de projetos específicos, como é possível conferir no indicador “Mercado de carbono”.

Para saber mais sobre os compromissos acima, acesse a página “Combater a crise climática”.

Em relação às métricas, o ponto de partida da companhia para medir o sucesso de suas ações, rastreando a eficácia das medidas tomadas, é o Inventário de Gases de Efeito Estufa, ferramenta desenvolvida por meio de procedimentos estabelecidos internamente e metodologias reconhecidas e verificadas por terceira parte [entre elas, a metodologia do The Greenhouse Gas Protocol: A Corporate Accounting and Reporting Standard (GHG Protocol), edição revisada, março de 2004, publicado pelo World Resources Institute e pelo World Business Council on Sustainable Development (WRI/WBCSD)], que contabiliza anualmente as emissões e remoções totais da Suzano.

É com base nesses resultados que a companhia mapeia e entende suas principais fontes de emissões para, então, poder mitigá-las, bem como realiza o monitoramento e a gestão de seus Compromissos para Renovar a Vida (CPRVs). O Inventário é publicado anualmente e identifica os desafios e as oportunidades da companhia. Para saber mais sobre ele, acesse “Gestão de emissões de GEE nas operações florestais, industriais e logísticas” e “Emissões de gases de efeito estufa (GEE) e metodologia”.

Considerando os ajustes, que garantem comparabilidade, no ano de 2024 as emissões de escopo 1 e 2 absolutas tiveram um ligeiro aumento (5,7%), influenciadas pelo incremento nas emissões estacionárias em decorrência do início da operação da nova unidade de Ribas do Rio Pardo (MS) e pelo aumento do fator de emissão da energia elétrica (grid nacional). No escopo 3, a variação entre 2023 e 2024 foi muito pequena (0,3%), mesmo com o startup da nova unidade de Ribas do Rio Pardo e o consequente aumento nas operações da companhia. Para mais informações sobre as emissões de escopo 3, acesse o indicador “Outras emissões indiretas de gases de efeito estufa (escopo 3), por categoria”. 

A partir da incorporação dos ativos da Suzano Packaging, em 2024 estes passarão a ser incorporados na rota global de descarbonização da empresa, fomentando-se o progressivo incremento de eficiência, visando tornar as unidades menos carbono-intensivas nos próximos anos, de forma alinhada com a estratégia global de mitigação da Suzano.


Governança

A Suzano possui uma governança robusta para mudanças climáticas, com o Conselho de Administração supervisionando a estratégia de sustentabilidade, apoiado pelo Comitê de Sustentabilidade, que define e acompanha a implementação dos objetivos e metas três vezes ao ano. Parte da remuneração variável dos diretores está atrelada a metas de sustentabilidade e clima. Em 2024, quatro diretores assumiram metas anuais relacionadas a projetos de créditos de carbono e redução de emissões. Aproximadamente 60 metas anuais foram assumidas por dez vice-presidências, um aumento de 50% em relação a 2023, abrangendo iniciativas de redução de emissões e remoção de carbono.

No nível gerencial, a Gerência de Mudanças Climáticas lidera o tema internamente, enquanto outras áreas, como Excelência Operacional, adotam projetos inovadores, como veículos autônomos e caminhões elétricos. A área possui um orçamento anual para provas de conceito e testes de soluções inovadoras.

Para alinhar comportamentos e orientar colaboradores e colaboradoras, a Suzano lançou a Política Corporativa de Mudanças Climáticas, validada pelos diretores-executivos de Sustentabilidade, Relações Corporativas, Riscos e Finanças. A empresa também possui um posicionamento público sobre desmatamento zero e a Política de Suprimentos de Madeira, esclarecendo que não realiza supressão de mata nativa para sua produção.


Estratégia

A fim de atingir seus compromissos e cumprir com sua política, a companhia construiu sua estratégia de mudanças climáticas a partir de uma abordagem sistêmica e colaborativa, conectando a agenda local e global e considerando os principais frameworks, desafios e o avanço científico. Levando-se em conta a atuação multidisciplinar da Suzano para o tema, o objetivo da sua estratégia de clima é o de integrar ainda mais as mudanças do clima à governança do negócio e impulsionar sua visão estratégica rumo à transição justa para uma economia de baixo carbono, contribuindo para um modelo de negócio e sua cadeia de valor cada vez mais resilientes e catalisadores de oportunidades.

A estratégia levou em consideração a complexidade e a multidisciplinariedade da temática e foi construída com base nas principais recomendações da TCFD, hoje incorporada pela iniciativa do IFRS – como já citado –, diretriz amplamente reconhecida de transparência e reporte para a mitigação das mudanças climáticas. 

A estratégia de mudanças climáticas da Suzano é como a companhia gerencia esse tema e seus impactos, garantindo o cumprimento de suas metas e de seus objetivos, e considera quatro focos de atuação, descritos abaixo. 


1. Mitigação

A mitigação engloba medidas para prevenir ou mitigar impactos negativos potenciais das mudanças climáticas, como as ações e estratégias adotadas para reduzir a concentração ou evitar a emissão de GEE na atmosfera. Nesse sentido, a Suzano atua em diversas frentes, transversais a toda a operação, que buscam mitigar os impactos da companhia, desde projetos de modernização e eficiência até aqueles de substituição de combustível, troca de frotas alternativas ou outros tipos de tecnologia e inovação. 

A Suzano busca evoluir constantemente para reduzir suas emissões e, para tanto, vem trabalhando através do seu Plano de Ação para Transição Climática (CTAP). O Plano visa demonstrar as medidas para prevenir ou mitigar potenciais impactos negativos nas operações industrial, florestal e logística e na sua cadeia de valor.

Entre os avanços realizados na construção do Plano, em 2023 a Suzano atualizou sua Curva de Custo Marginal de Abatimento (MACC, na sigla em inglês). Com o apoio de uma consultoria especializada, foram realizados workshops internos que envolveram diversos departamentos, como Engenharia, Logística, Energia, P&D, Supply Chain e Novos Negócios, para coletar insights valiosos sobre projetos e oportunidades de descarbonização.

Em 2024, a Suzano evoluiu ainda mais ao criar um processo sistematizado para a atualização da MACC. Foi desenvolvida uma ferramenta que permite às diferentes áreas da companhia (as já citadas e outras, como Excelência Operacional Logística e Florestal) cadastrar e gerenciar projetos com potencial de redução de emissões de forma integrada e contínua. Essa ferramenta possibilita a inclusão de novos projetos ou a atualização de dados dos projetos existentes com maior frequência e eficiência, garantindo que a curva reflita as condições mais atuais e precisas, além de promover uma visão compartilhada entre diferentes áreas, incentivando a colaboração e a identificação de sinergias entre projetos.

Assim, conseguimos medir a evolução de status dos projetos cadastrados e contribuímos para uma tomada de decisão mais assertiva e baseada em dados atualizados, ajudando a priorizar a execução de iniciativas que maximizem os resultados em termos de custo-benefício e impacto.

Os projetos incluídos na Curva possuem diferentes níveis de maturidade, desde aqueles que já tem viabilidade técnica e financeira comprovada até aqueles que ainda estão em fase inicial de estudo. Essa evolução permite que projetos que reduzem emissões de GEE e ajudam a descarbonizar as operações da Suzano tenham um impacto financeiro mais positivo e sejam priorizados na alocação de capital.


Preço interno de carbono

Na área financeira, a Suzano entende que um possível mercado regulado poderia gerar custos ou oportunidades, dependendo dos cenários de regulação, e, assim, passou a incorporar uma variável de precificação interna de carbono para medir e verificar o impacto dos projetos nas emissões. Dessa forma, a partir dessa análise, são gerados indicadores financeiros com e sem o preço-sombra de carbono, para que o impacto em emissões seja considerado nos processos de aprovação de novos investimentos, entre os demais critérios financeiros para a priorização de seus investimentos em Capex de modernização e expansão.

Na prática, o preço interno de carbono passa a ser incorporado no valor presente líquido (VPL) dos projetos, com um cenário de viabilidade e um preço-sombra inicial de 10 dólares por tonelada. Com isso, projetos que reduzem emissões de GEE e ajudam a descarbonizar nossas operações terão melhor resultado financeiro e um diferencial para a tomada de decisão de alocação de capital. 

Outros projetos com potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa foram realizados ao longo de 2024 em diferentes áreas, demonstrando a atuação transversal e multidisciplinar desse tema na companhia. Eles estão listados a seguir.


Gaseificação de biomassa em Ribas do Rio Pardo

A fábrica recém-inaugurada em Ribas do Rio Pardo é quase inteiramente movida por energia limpa produzida a partir de subprodutos do processo de fabricação de celulose, gerando um excedente de energia limpa de volta à rede elétrica nacional. É também a primeira unidade industrial do grupo Suzano a operar com gaseificação de biomassa, o que representa uma redução de 97% nas emissões dos fornos de cal em comparação com uma fábrica que consome combustíveis fósseis.


Substituição de combustível fóssil em Três Lagoas

Teste industrial realizado para avaliar a queima de biocombustível vegetal (proveniente do bagaço de soja) e óleo de xisto nas caldeiras de força e de recuperação na fábrica de Três Lagoas (MS). Os resultados esperados são de redução significativa de custos operacionais pela substituição do óleo BPF por óleos mais baratos, redução de despesas devido à economia no uso de óleo diesel para limpeza de linhas e ganhos financeiros relacionados à melhoria na eficiência da geração de vapor. Em relação às emissões de GEE, a utilização de óleo vegetal representa uma redução esperada de 97%.


Logística de Shipping

A descarbonização da logística é essencial para atingir metas e cumprir regulamentações como o EU ETS, que exige que empresas comprem licenças de emissão para cada tonelada de CO₂ emitida. Desde 2024, o sistema inclui emissões marítimas, obrigando empresas de transporte de carga na Europa a comprar créditos de carbono. A área de Logística de Shipping da Suzano estimou os custos para 2024 e busca alternativas para reduzir e otimizar viagens, mitigando emissões de CO₂. O objetivo é antecipar o impacto das emissões de escopo 3 e engajar armadores para reduzir emissões e gerenciar impactos financeiros.

No setor de transporte marítimo, há compromissos de redução de emissões estabelecidos pelo Acordo de Paris e reforçados pela Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), com metas para 2023, 2040 e zero emissões até 2050. A IMO ainda não apresentou um plano, mas o time de Estratégia de Shipping monitora regulamentações e participa de fóruns globais.

Em 2024, a área de Shipping da Suzano fez avanços significativos, testando biocombustível com a Pan Ocean, reduzindo aproximadamente 10% das emissões. Também lideramos discussões sobre transição energética e novas regulamentações na Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), em parceria com a Marinha Brasileira, e corredigiu o Framework for Action do Pacto Global da ONU para a descarbonização do setor marítimo e portuário no Brasil.


Logística da Unidade de Negócio Papel e Embalagens

Em 2024, a área de Logística da Unidade de Negócio Papel e Embalagens (UNPE) da Suzano focou na redução das emissões de GEE e na eficiência operacional por meio de diversas iniciativas sustentáveis. As principais ações envolveram o uso de energia verde em 100% dos centros de distribuição (CDs), a implementação de reúso de água e a gestão de resíduos para reduzir impactos ambientais, além da expansão da logística reversa. No transporte, houve a otimização de rotas, com a adoção do modal ferroviário para reduzir em até 60% as emissões de CO₂ na rota fábrica-porto, e a ampliação do uso de combustíveis alternativos, com a inclusão de veículos elétricos e a gás natural veicular (GNV). 


Logística de celulose

Em 2024, a Suzano iniciou testes com caminhões elétricos para avaliar sua viabilidade técnica e financeira no transporte de celulose. Em parceria com a Vix Logística, foi desenvolvido um caminhão pioneiro para transbordo de celulose em Aracruz (ES), buscando validar sua operação para futura escalabilidade. Além disso, a empresa foi escolhida pela Mercedes-Benz para testar o primeiro caminhão elétrico da marca no Brasil, que começará a operar no CD Arujá (SP) em 2025, transportando celulose fluff.


Digital

Em 2024, a Suzano implementou dois projetos de otimização energética nas unidades de Aracruz e Jacareí (SP). O Thor Metanol aprimorou o uso de metanol renovável nos fornos de cal, evitando a queima de mais de 1,5 milhão de metros cúbicos de gás natural. Já o Thor Dessuper otimizou o equilíbrio entre geração de energia elétrica e consumo de combustíveis auxiliares, resultando na economia de 2 mil toneladas de óleo combustível e de 15,7 milhões de metros cúbicos de gás natural.


Suprimentos logísticos florestais

A Suzano fornece diesel para o transporte de madeira, e é definida uma régua de consumo de diesel por contrato. O projeto Rota Verde, iniciado e concluído em 2024, identifica oportunidades de otimização dessa régua, possibilitando menor consumo de diesel e, consequentemente, habilitando uma menor emissão de CO₂e. Os resultados obtidos foram de redução de 1,2 milhão de litros de diesel, que equivalem à redução de 2.800 ton de CO₂ e um saving anualizado de 6,4 milhões de reais.


Cadeia de valor

Em 2024, a Suzano intensificou a descarbonização da cadeia de valor. Como parte desse compromisso, foi iniciada a segunda fase do Programa de Gestão Responsável de Fornecedores, com foco na descarbonização e no engajamento estratégico da cadeia de suprimentos.

A atuação da Suzano se deu em duas frentes principais:

  • Interna: capacitação de compradores para integrar critérios de sustentabilidade aos processos de aquisição, além da busca ativa por tecnologias e soluções de baixo carbono;
  • Externa: monitoramento e engajamento de fornecedores na mensuração e redução de emissões, incentivando práticas sustentáveis em toda a cadeia.

Além disso, a iniciativa Nossa Pegada foi fortalecida, reunindo pontos focais da Diretoria de Suprimentos para mapear projetos de sustentabilidade e promover sinergias com outras áreas da empresa. Essas ações reforçam o compromisso da Suzano com uma cadeia de suprimentos mais sustentável e alinhada à meta de remoção líquida de 40 milhões de toneladas de CO₂ até 2025, o que inclui as emissões indiretas do escopo 3.

Outra iniciativa para fortalecer ainda mais o relacionamento com nossos fornecedores e estimular a adoção de compromissos conjuntos para a redução de emissões é a parceria com o CDP através do Programa Mudanças Climáticas na Cadeia de Valor. Essa colaboração visa engajar e auxiliar nossos fornecedores na mensuração, transparência de dados, definições de metas e avaliação de riscos e oportunidades relacionadas às mudanças climáticas.

Neste ciclo, 161 fornecedores (80%) de categorias críticas participaram voluntariamente, um engajamento superior à média de 40% das demais empresas do Programa. Esse resultado mantém a evolução de 2023, quando 152 fornecedores (76%) aderiram, superando a média de 61%. Além disso, a Suzano intensificou conversas bilaterais para aprofundar o conhecimento sobre as iniciativas dos fornecedores e incentivar melhorias na transparência e gestão de emissões.

Em 2024, iniciamos o piloto do nosso programa de engajamento de fornecedores com três projetos, preparando o lançamento oficial em 2025, que incluirá 100 fornecedores priorizados. Realizamos reuniões trimestrais para entender melhor suas iniciativas climáticas, classificando-os em iniciantes, intermediários e maduros. Essa classificação ajudou a desenvolver planos de ação personalizados.

A participação ativa dos fornecedores foi crucial, permitindo uma coleta abrangente de dados de emissões de gases de efeito estufa e atingindo 100% das metas internas. Alguns fornecedores contrataram consultorias para definir metas de redução de emissões e apresentaram projetos de descarbonização. Decidimos implementar nosso próprio programa de engajamento para termos maior autonomia e proximidade com os fornecedores.

Identificamos projetos de descarbonização nos escopos 1, 2 e 3, avaliando sua escalabilidade e seu impacto com o apoio de uma consultoria. Alguns projetos já estão em implementação, enquanto outros estão em estudo. Em 2025, continuaremos esse processo com a ferramenta MACC para aprimorar a identificação e a priorização dos projetos.

Em relação aos nossos clientes, acreditamos que fomentar uma relação próxima também é de extrema importância. Acreditamos firmemente que nossos produtos vão além de simples commodities, devido à sustentabilidade incorporada no processo de produção da Suzano, o que garante atributos distintivos que destacam nossos produtos no mercado.

Atualmente, a celulose da companhia apresenta uma das intensidades de emissão mais baixas da indústria. Portanto, é crucial comunicar esses atributos aos clientes, juntamente com nosso compromisso com a melhoria contínua, e participar de discussões sobre desafios compartilhados e possíveis sinergias.

Assim, por nos preocuparmos com a satisfação dos clientes em relação aos atributos de sustentabilidade dos produtos Suzano, são realizadas recorrentes pesquisas de satisfação e momentos de conexão com eles para garantir o atendimento de suas demandas quanto às questões socioambientais. Por meio desse relacionamento, os times comerciais das diferentes unidades de negócio da Suzano, Marketing, Celulose e a área técnica de Mudanças Climáticas buscam oportunidades de parcerias e projetos que promovam melhorias contínuas em nosso processo produtivo, visando à redução de emissões.

Além disso, a Suzano realiza análises de ciclo de vida em suas unidades de negócio, que buscam reduzir constantemente o impacto gerado em cada etapa do processo de seus produtos. Elas também são do interesse dos clientes da empresa, que, por sua vez, também buscam gerir o impacto de seus produtos. Os destaques de 2024 estão no indicador “Avaliações do ciclo de vida”. 


2. Adaptação

Enquanto a mitigação visa reduzir as emissões de GEE, a adaptação foca em ajustar práticas para lidar com novas condições climáticas. Na Suzano, estratégias são implementadas para enfrentar impactos climáticos por meio de inteligência climática e resiliência florestal. As áreas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Sustentabilidade monitoram o clima estrategicamente, utilizando dados de 73 estações meteorológicas privadas e 95 públicas para avaliar a produtividade florestal e planejar ações.

A Suzano utiliza cenários climáticos do IPCC e técnicas de downscaling para analisar riscos físicos, considerando 4 cenários globais e 22 modelos climáticos. A empresa avaliou sua vulnerabilidade climática em toda a cadeia de valor e adota uma abordagem preventiva. A análise indicou que áreas na Bahia, no Espírito Santo e no Maranhão têm maior potencial de impacto. Para mapear impactos na produtividade futura, a Suzano desenvolveu um modelo biofísico e utilizou dados de eventos de El Niño e La Niña dos últimos 102 anos.

A companhia também criou a plataforma Tetrys para otimizar a alocação de materiais genéticos, considerando variabilidade ambiental e climática. Em relação à questão hídrica, realizamos medições regulares e adotamos tecnologias de manejo florestal para uso eficiente dos recursos hídricos. Pontos amostrais foram instalados para monitorar a relação entre áreas de plantio e condições dos recursos hídricos.

A análise de cenários climáticos é essencial para a estratégia de resiliência da Suzano, que constrói planos de ação para perdas de ativos biológicos, redução de produtividade, interrupção na cadeia produtiva e escassez de recursos hídricos. A empresa possui planos de contingência para enfrentar crises hídricas nas regiões críticas.


3. Transição

A transição justa e equitativa para uma economia de baixo carbono refere-se a uma mudança significativa nos padrões de produção, consumo e investimento, visando criar uma economia mais sustentável, com comunidades, trabalhadores e trabalhadoras mais resilientes, sendo menos dependente de combustíveis fósseis e com menor pegada de carbono. Por isso, as empresas que desejam prosperar diante dos novos critérios dessa economia devem focar no desenvolvimento de novas soluções e negócios, no envolvimento das discussões em torno da precificação de carbono e no investimento em tecnologia, pesquisa e inovação.

Como uma companhia engajada na transição para uma economia de baixo carbono, a Suzano entende a importância do seu papel para fortalecer e viabilizar o mercado de carbono, bem como gerar créditos a partir da sua operação. Para saber mais, consulte o indicador “Mercado de carbono”.


Corporate venture capital – Suzano Ventures

Como parte de sua estratégia de valorização da biomassa e promoção de soluções renováveis, a Suzano possui um fundo de investimentos, a Suzano Ventures, que realizou quatro novos investimentos em 2024. Dois deles estão voltados para o desenvolvimento de embalagens sustentáveis, contemplando as startups canadenses Nfinite Nanotech e Bioform.

A Nfinite Nanotech se destaca por sua inovadora tecnologia de barreira translúcida, que preserva a reciclabilidade e a compostabilidade do papel, ao mesmo tempo que melhora suas propriedades, ampliando as possibilidades de uso do papel como material de embalagem em uma vasta gama de produtos.

Já a Bioform oferece uma solução de filme biodegradável composto de um hidrogel reforçado com fibra de celulose, que pode ser moldado em diferentes formatos, representando uma alternativa viável para substituir plásticos de uso único em diversas aplicações.

Além dos investimentos internacionais, a Suzano Ventures realizou seus primeiros aportes em startups brasileiras. A Entropic Solutions, localizada em Santo André (SP), está desenvolvendo um processo de tratamento da lignina para ampliar sua versatilidade, possibilitando seu uso em espumas de poliuretano e elastômeros, em substituição a matérias-primas de origem fóssil.

Já a BemAgro, de Ribeirão Preto (SP), utiliza inteligência artificial e visão computacional para processar dados e imagens de drones, tratores e satélites. Por meio de algoritmos de geoprocessamento, a startup oferece recomendações precisas para otimizar operações agrícolas, reduzindo custos e aumentando a eficiência no uso de insumos, o que representa um potencial estratégico relevante para nossas operações florestais.

Esses investimentos reforçam o compromisso da Suzano Ventures em impulsionar tecnologias sustentáveis, promovendo inovação e contribuindo para a construção de um futuro mais eficiente e com menores emissões de carbono.


Estratégia de bionegócios

A estratégia de bionegócios da empresa está totalmente alinhada às tendências e demandas mundiais por soluções renováveis para uma economia de baixo carbono, com maior foco em duas áreas:

  • Bioenergéticos;
  • Bioquímicos.

Essas áreas representam oportunidades para a Suzano na transição para uma economia mais sustentável e circular. Como produtora eficiente e responsável de matérias-primas de base biológica provenientes de recursos renováveis, os produtos da companhia oferecem uma alternativa viável aos combustíveis fósseis e aos materiais produzidos a partir de produtos petroquímicos, como os plásticos e as fibras têxteis sintéticas. 

Em nossa ambição de expandir com ousadia para novos segmentos (horizonte de tempo de cinco a dez anos), continuamos engajados em iniciativas para a substituição de fontes fósseis. Em 2024, reforçamos a nossa posição no desenvolvimento de soluções sustentáveis a partir da madeira para o mercado têxtil, com a aquisição de 15% da Lenzing, uma líder global no desenvolvimento de soluções inovadoras, além da continuidade da nossa parceria com a startup finlandesa Spinnova para o desenvolvimento de uma nova fibra têxtil sustentável.

Além disso, continuamos expandindo para novos mercados e aplicações da lignina no segmento de bioquímicos. Estabelecemos parcerias importantes no setor de bioenergéticos, incluindo um acordo de colaboração conjunta com a Mitsui & Co para biocombustíveis, uma colaboração com a Eletrobras para o desenvolvimento de e-metanol e nossa participação no grupo OpenSAF, junto com a Vibra e a Galp, para avaliar a viabilidade da produção de combustíveis de aviação a partir do eucalipto plantado.


Transição energética

A Suzano e a Eletrobras firmaram uma parceria para desenvolver soluções sustentáveis, focando na produção de hidrogênio verde e combustíveis sintéticos, como o e-metanol. Esse acordo visa aproveitar o CO₂ biogênico gerado nas unidades de produção da Suzano, combinando-o com hidrogênio renovável produzido pela Eletrobras. A colaboração inclui estudos conjuntos para avaliar a viabilidade técnica e econômica de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos.

A parceria traz os seguintes benefícios para a transição para uma economia de baixo carbono:

  • Redução de emissões: a produção de hidrogênio verde e e-metanol ajudará a substituir combustíveis fósseis, reduzindo significativamente as emissões de CO₂;
  • Descarbonização de setores: o e-metanol é uma alternativa promissora para descarbonizar setores como o transporte marítimo e a logística, altamente emitentes e dependentes de combustíveis fósseis;
  • Inovação e sustentabilidade: a parceria reforça o compromisso das empresas com a inovação e o desenvolvimento sustentável, promovendo o uso de matérias-primas renováveis;
  • Competitividade global: a iniciativa posiciona o Brasil como um líder na bioeconomia mundial, atraindo investimentos e fortalecendo a economia verde.

Também reaproveitamos a biomassa e os resíduos de madeira do processo produtivo para gerar uma parcela significativa de nossas necessidades energéticas. Aproximadamente 88,16% de toda a operação e matriz energética (que envolve floresta, indústria, logística etc.) é proveniente de combustíveis renováveis (como licor negro e biomassa), e os 11,84% restantes, de recursos não renováveis (como gás natural e óleo combustível).

Em energia elétrica, somos autossuficientes nas unidades de Aracruz (ES), Imperatriz (MA), Mucuri (BA), Ribas do Rio Pardo (MS) e Três Lagoas (MS), nas quais os excedentes de geração são enviados para a rede. Em 2024, a partir dessas unidades, 1.521.199 MWh (1.521 GWh) de energia elétrica renovável foram fornecidos à rede pública. Esse excedente de energia comercializado pode ser objeto de certificação internacional de energia renovável, o chamado I-REC (Renewable Energy Certificate). Em 2024, as vendas de I-RECs totalizaram 337.915 reais.


Transição justa

Por meio de projetos estruturados, fortalecemos comunidades locais investindo em educação, geração de renda e oportunidades de trabalho, contribuindo para a redução da pobreza e a melhoria da qualidade de vida. Iniciativas como o fortalecimento da agricultura familiar, o estímulo ao extrativismo sustentável e o apoio à economia circular são exemplos da combinação entre desenvolvimento econômico com inclusão social e preservação ambiental.

Essas ações não apenas impulsionam a resiliência das comunidades diante das mudanças climáticas, mas também reforçam o compromisso da empresa com os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável. Para mais informações, consulte os indicadores “Programas sociais da Suzano” e “Gestão sobre direitos humanos”.


4. Integração

A Suzano possui a convicção de que o combate às mudanças climáticas só será efetivo quando feito em conjunto. Por isso, a companhia reforça a importância de envolver e influenciar diversos atores em direção a uma economia de baixo carbono, através de iniciativas integradas com outras áreas da empresa, voltadas para o engajamento desse tema dentro e fora dela.

Assim, a Suzano atua através de grupos de trabalho (GTs), projetos integradores e iniciativas gerais presentes não só nas operações industriais, florestais e logísticas, como também em projetos de desenvolvimento estratégico. Algumas das principais frentes trabalhadas são:

  • Finanças sustentáveis: a comunicação transparente sobre as práticas ambientais é crucial para construir confiança com investidores e stakeholders, demonstrando responsabilidade e resiliência financeira. A Suzano tem 43% da sua dívida vinculada a instrumentos financeiros sustentáveis. Possui Green Bonds vinculados a projetos que contribuem para o processo de descarbonização da companhia e também Sustainability Linked Loans (SLL) e Sustainability Linked Bonds (SLB).

    Parte significativa do nosso volume total de dívida está vinculada ao nosso CPRV de redução de 15% da intensidade de emissões de escopos 1 e 2. O restante está vinculado a outros compromissos de sustentabilidade da Suzano, como captura de água e presença de mulheres na liderança. A empresa participa dos principais ratings ESG do mercado.

    Em 2024, a Suzano seguiu se destacando no EcoVadis Sustainability Rating ao evoluir a sua performance e manter a sua posição no seleto grupo de 1% das empresas mais bem avaliadas, considerada Leader em Carbon Management Level, por seu forte sistema de gestão de GEE e pelos melhores compromissos, ações e capacidades de relatórios de descarbonização. A avaliação levou em conta a sustentabilidade empresarial de 100 mil companhias de mais de 175 países. Para conhecer os principais destaques e atualizações de 2024, acesse a página de “Finanças sustentáveis“.
     
  • Engajamento de colaboradores e colaboradoras: na Suzano, acreditamos na importância do engajamento dos colaboradores e colaboradoras no tema de mudanças climáticas como um pilar para a evolução na agenda climática, como em iniciativas de redução de emissões na companhia.

    Assim, a escolha de áreas para o engajamento considera a identificação daquelas atreladas às categorias de maior emissão de GEE, como Engenharia, Energia (processos industriais), Excelência Operacional Florestal, Logística, P&D, Supply Chain e Novos Negócios. O engajamento com as demais áreas possui foco em descarbonização, identificação e mapeamento de projetos, otimização e análise de dados de mudanças climáticas e ciclo de vida de produtos e cálculo de indicadores.

    Informações sobre os treinamentos dados ao longo de 2024 se encontram no indicador “Gestão de treinamentos e aprendizado”.
     
  • Engajamento e influência: essa agenda é conduzida na Suzano entre diferentes áreas, principalmente através da participação em eventos e fóruns, da promoção de relacionamentos e parcerias, de advocacy e ações de engajamento com stakeholders, sobretudo fornecedores e clientes. A fim de garantir o atingimento do cenário de 1,5 °C do Acordo de Paris, a empresa busca influenciar o governo, instituições e pares na criação de normas, diretrizes e decisões que melhor orientem a trajetória para esse cenário. Listamos abaixo os principais feitos em 2024:

    • Promoção de relacionamentos e parcerias: a Suzano realizou duas importantes parcerias com o objetivo de neutralizar as emissões de carbono de produtos: 

      • TP White Carbono Neutro: os papéis TP White Plus e TP White Pharma Plus, já reconhecidos por sua rigidez, versatilidade, pureza, resistência e alta alvura, agora estão disponíveis em versões carbono neutro. Essa evolução significativa foi desenvolvida com a intenção de reduzir o impacto climático e ampliar os benefícios de sustentabilidade promovidos pela Suzano ao longo da cadeia de embalagens.

        Ao optar pela versão carbono neutro, estamos compensando as emissões geradas no processo de produção do papel-cartão, mantendo a excelência e a durabilidade dos nossos produtos e contribuindo ativamente para a redução do impacto ambiental. A compensação é feita por meio de certificados de aposentadoria de créditos de carbono individuais emitidos na plataforma Verra, que opera o Verified Carbon Standard (VCS).

        Os créditos são provenientes de projetos de reflorestamento na região de Três Lagoas (MS), baseados na metodologia ACM0003. O projeto combina o plantio de espécies de rápido crescimento, como o eucalipto, e de nativas em áreas destinadas à conservação e à restauração ambiental. Ele foi auditado de forma independente e registrado na plataforma Verra, conforme os padrões do VCS. Para saber mais sobre os projetos de geração de crédito de carbono da companhia, acesse o indicador “Mercado de carbono”.
         
      • Em 2023, a Suzano, a gráfica Box Print e a farmacêutica Merck neutralizaram 102 toneladas de CO₂ geradas no processo de fabricação de 6 milhões de caixas de medicamentos. Em 2024, damos continuidade à iniciativa desenvolvida aumentando o volume de créditos da Suzano para 240, que já foram aposentados na plataforma da Verra. O aumento se dá porque:
        • Houve maior volume de cartuchos vendidos e distribuídos pela Merck durante 2024 (mais de 8,5M de cartuchos);
        • Acrescentamos uma quantidade de créditos extra para garantir a compensação das emissões até o ponto de venda. A iniciativa tem como objetivo dar visibilidade ao mercado sobre a preocupação e os constantes esforços que a Merck, a Suzano e a Box Print dedicam para apoiar na compensação das emissões de CO₂ das embalagens, através de créditos que vêm de projetos de reflorestamento e que contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, promovendo também a conservação da biodiversidade.
           
  • Participação em eventos e fóruns: com o objetivo de influenciar e acompanhar a evolução das tendências da agenda climática nacional e internacional, e a promoção de agendas de mitigação e adaptação, a Suzano manteve participação ativa nos principais fóruns globais sobre esse tema. Em 2024, a empresa esteve presente em quatro dos grandes eventos internacionais relacionados ao clima – New York Climate Week, COP16 de Biodiversidade, COP29 de Mudanças Climáticas e COP16 de Desertificação.

    Além da presença, a Suzano ampliou sua atuação por meio de mais de 35 espaços de fala, contribuindo ativamente para discussões estratégicas, como a regulamentação do artigo 6.4 do mercado de carbono na COP de Clima e a divulgação da “Carta Suzano” na COP de Desertificação. O documento destaca a importância de soluções baseadas na natureza para combater a desertificação e as secas, através de investimentos urgentes em reflorestamento e gestão sustentável dos recursos hídricos e dos solos.

    A empresa também organizou um evento paralelo na COP16 de Biodiversidade, reunindo mais de 100 líderes globais para debater soluções para a preservação e a regeneração dos ecossistemas. O fortalecimento do relacionamento com stakeholders foi outro ponto central, com uma rede ativa que envolveu mais de 200 organizações internacionais, incluindo representantes da sociedade civil, empresas e demais atores-chave.
     
  • Advocacy: a Suzano compromete-se a orientar todas as suas atividades de engajamento e influência de maneira consistente com os objetivos do Acordo de Paris, com o principal compromisso de buscar restringir o aumento da temperatura global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, incluindo nas associações setoriais de que participa.

    A empresa defende o avanço de regulações de carbono nacionais e internacionais baseadas nas melhores práticas globais, contribuindo para a construção de um mercado robusto e transparente. Para isso, engaja-se ativamente com formuladores de políticas, promovendo discussões sobre mecanismos de precificação de carbono e transição para uma economia de baixo carbono.

    A Suzano revisa regularmente as posições de suas associações setoriais em relação às políticas climáticas e seu alinhamento com o Acordo de Paris. Caso identifique desalinhamentos, a empresa atua para promover mudanças internas nas associações ou reconsidera sua participação. No último período, a companhia abordou esse tema com as seguintes associações:

    • Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), na qual a Suzano tem participação no Conselho Deliberativo e em outros comitês;
    • Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), no qual a empresa participa ativamente de Câmaras Técnicas (CTs);
    • Associação Brasileira de BioInovação (ABBI), da qual a empresa é membro e participa de grupos de trabalho;
    • Climate Connection, em que o gerente-executivo de Carbono participa do grupo de liderança; 
    • Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura, da qual o CEO da Suzano é membro;
    • Grupo de Trabalho do Teste Piloto do GHG Protocol Land Use, no qual a gerente de Mudanças Climáticas faz parte do Advisory Committee.  
    • WBCSD, no qual a empresa participa de diversos grupos de trabalho, incluindo o Forest Solution Group. 


Suzano na COP29

Dada a dimensão da Suzano e a importância do clima para a prosperidade da sociedade e da companhia, é imperativo que ela participe do movimento global de combate às mudanças climáticas. A Suzano acredita no seu potencial como promotora de soluções inovadoras e se engaja em diferentes setores para uma economia de baixo carbono, participando de associações e iniciativas relacionadas ao Acordo de Paris e ao mercado regulado de carbono.

Executivos da companhia participaram da COP29, realizada de 11 a 22 de novembro de 2024, em Baku, no Azerbaijão. A participação reflete o papel de destaque das empresas do Sul Global na construção de soluções climáticas integradas e inclusivas, por meio de:

  • Acompanhamento das negociações e da agenda oficial: a Suzano acompanhou as negociações da UNFCCC e as metas do Acordo de Paris, com foco na conexão entre biodiversidade, florestas e clima. A empresa também está engajada na revisão da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) do Brasil, alinhando ações locais a estratégias globais. Esse acompanhamento é realizado por meio da associação com organizações como CEBDS, WBCSD, International Chamber of Commerce (ICC) e Ibá;
  • Promoção de diálogo e compartilhamento de experiências: a Suzano interagiu com stakeholders em painéis estratégicos, destacando exemplos práticos e inovadores do setor florestal na mitigação das mudanças climáticas e na promoção da biodiversidade. Participou de discussões promovidas por parceiros como Forest Stewardship Council (FSC), The Forest Pavilion, ISO, We Don't Have Time, Confederação Nacional da Indústria (CNI), We Mean Business, ICC e National Development and Reform Commission (NDRC), compartilhando aprendizados e reforçando seu compromisso com soluções climáticas globais.


Temas de destaque:

  1. Regulação do artigo 6 do Acordo de Paris: avanços nas regulamentações dos artigos 6.2 e 6.4 consolidaram mercados globais de carbono. O Brasil regulamentou seu mercado de carbono nacional, o SBCE, que a Suzano apoia e está preparada para cumprir;
  2. Aumento da ambição nas NDCs: a atualização da NDC do Brasil reflete o compromisso com o Acordo de Paris e a integração entre políticas públicas e ações do setor privado. A Suzano alinha suas operações e estratégias de sustentabilidade aos objetivos climáticos nacionais;
  3. Financiamento climático: fortalecimento do financiamento climático para garantir que países do Sul Global tenham acesso a recursos para ações de mitigação e adaptação. A Suzano acredita que ampliar mecanismos de financiamento é essencial para projetos inovadores e escaláveis no setor florestal.

A companhia segue atenta e engajada nessas discussões, reafirmando seu compromisso com uma economia de baixo carbono e contribuindo para as metas climáticas globais.
 

Road to COP30

O comprometimento da Suzano permite identificar oportunidades e delinear estratégias para a COP30. A agenda da COP é um compromisso anual desenvolvido em conjunto com associações das quais a empresa faz parte, alinhada à estratégia de engajamento da companhia.


Gestão de riscos e oportunidades

A Suzano possui uma estrutura dedicada à gestão de riscos corporativos, incluindo os riscos climáticos, considerados prioritários. Utilizando metodologias, ferramentas e processos próprios, a empresa identifica, avalia e trata seus principais riscos, monitorando continuamente seus impactos e implementando medidas mitigatórias.

Para apoiar a gestão de riscos, a Suzano conta com Comissões Regionais de Riscos e Continuidade de Negócios (RCNs) em todas as unidades industriais, responsáveis pelo mapeamento, pela análise, pelo tratamento e monitoramento dos riscos locais. Essas comissões, compostas de membros estratégicos multidisciplinares, se reúnem bimestralmente.

A estrutura de gestão de riscos também inclui fóruns técnicos de riscos, formados por heads das áreas técnicas, e risk meetings, grupos multidisciplinares que atuam nos escritórios internacionais. As reuniões de fóruns técnicos ocorrem ao menos uma vez ao ano, enquanto as de risk meetings são bimestrais.

Os riscos climáticos são incorporados no processo de Enterprise Risk Management (ERM) e apresentados trimestralmente à Diretoria Executiva e ao Comitê de Auditoria Estatutário (CAE), e anualmente ao Conselho de Administração (CA), no qual são discutidas as estratégias de mitigação.

Para mais detalhes sobre a governança de riscos e oportunidades da Suzano, acesse o indicador “Gestão de riscos“.

Por fim, em 2024 a Suzano iniciou um novo modelo de quantificação financeira dos riscos climáticos. Buscamos calcular o impacto financeiro da materialização dos principais riscos aos quais nossos ativos e operações têm exposição. Como primeiro passo, executamos um projeto-piloto que abrangeu toda a operação na Região Norte do Brasil e diversas áreas corporativas da Suzano, proporcionando importantes aprendizados.

Esses resultados serão utilizados para escalonar e expandir essa nova metodologia para os demais ativos da Suzano, munindo internamente, neste primeiro momento, a companhia com informações relevantes para aumentar a resiliência e a capacidade adaptativa diante dos diferentes cenários climáticos e retroalimentar estratégias do negócio. O projeto visa preparar a empresa no atendimento a regulações emergentes nos próximos anos.

  • Riscos físicos: conforme já mencionado no trecho de adaptação, a Suzano utiliza cenários climáticos dos modelos do IPCC para analisar os riscos físicos que impactam suas operações florestais e estratégicas. A empresa mapeia esses riscos considerando quatro cenários de aquecimento global e quatro períodos futuros, baseados em 22 modelos climáticos globais. A análise indicou que áreas na Bahia, no Espírito Santo e no Maranhão têm maior potencial de impacto.

    A Suzano realiza medições regulares de parâmetros quali-quantitativos das principais bacias hidrográficas e adota tecnologias de manejo florestal para uso eficiente dos recursos hídricos. A empresa também desenvolveu um modelo biofísico para estimar a produtividade florestal e utiliza ferramentas de modelagem para prever impactos de eventos climáticos. Indicadores climáticos são utilizados para calibrar modelos de planejamento de colheita e plantio, a fim de mitigar possíveis perdas de produtividade e otimizar a produtividade florestal.
     
  • Riscos de transição: a Suzano adota uma abordagem proativa para identificar, avaliar e mitigar os riscos de transição climática, garantindo alinhamento com padrões globais e aproveitando oportunidades de mercado, ao mesmo tempo que fortalece sua resiliência operacional e competitividade. Esses riscos incluem aspectos regulatórios, legais, tecnológicos, de mercado e reputacionais, que a empresa busca mitigar por meio de inovação e alinhamento a tendências globais, conforme descrito abaixo:
     

Tipo de risco

Impactos

Iniciativas de mitigação

Regulatório

- Mudanças nas regulamentações climáticas podem gerar custos adicionais e penalidades- Alinhamento com frameworks voluntários como GRI, SASB e TCFD 
- Acompanhamento contínuo das atualizações regulatórias 
- Implementação de metas de redução de emissões alinhadas ao Acordo de Paris e SBTi
- Monitoramento das regulamentações como EU CBAM, IFRS S1, S2, CSRD e EUDR

Legal

- Possíveis multas e litígios caso não se cumpram as regulamentações 
- Risco de não cumprimento de cláusulas contratuais em títulos de dívida
- Acompanhamento contínuo de tendências jurídicas e regulamentações nos países de atuação 
- Inclusão de variáveis de precificação interna de carbono nos investimentos 
- Comprometimento com as metas do Acordo de Paris 
- Monitoramento de cláusulas de Sustainability Linked Bonds (SLB) e Sustainability Linked Loans (SLL)

Reputacional

- Perda de confiança de consumidores, consumidoras e stakeholders caso não sejam cumpridas as metas climáticas- Comunicação transparente sobre as metas de sustentabilidade 
- Participação ativa nas COPs e em discussões sobre mudanças climáticas 
- Engajamento com clientes e fornecedores para garantir cumprimento das metas climáticas 
- Investimento em tecnologias de baixo carbono para reduzir a intensidade de GEE

Mercadológico

- Barreira tarifária como o EU CBAM pode afetar a competitividade 
- Mudanças no mercado de carbono podem gerar custos de compliance
- Desenvolvimento de um mercado regulado de carbono no Brasil 
- Adoção de preço-sombra para medir o impacto de emissões e tomar decisões informadas de investimento. 
- Acompanhamento de tendências de precificação de carbono nos mercados internacionais

Tecnológico

- Custos de implementação de novas tecnologias de descarbonização 
- Risco de não estar alinhada às melhores práticas de eficiência energética
- Investimento em tecnologias para reduzir a intensidade de emissões (como aumento do uso de biomassa e licor negro) 
- Projetos como o Master Plan em Jacareí (SP) e a planta em Ribas do Rio Pardo (MS) para melhorar a eficiência operacional 
- Avaliação contínua de ferramentas como SBTi, TPI e ACT para ajustar trajetórias de descarbonização

 

Oportunidades 

Conforme mencionado no item sobre transição, a Suzano está engajada na promoção de soluções de bioeconomia e na transição para uma economia de baixo carbono. Devido ao grande volume de remoção de CO₂ por eucalipto e floresta nativa, a companhia vislumbra oportunidades estratégicas em novos negócios relacionados à mitigação das mudanças climáticas, incluindo a diversificação de receita e inovação em negócios sustentáveis.

A base florestal da Suzano representa um potencial fornecimento de créditos de carbono para empresas que desejam compensar suas emissões. Atuamos no mercado voluntário de carbono e apoiamos a regulamentação do mercado de carbono no Brasil e globalmente, colaborando com entidades como Ibá, CEBDS e CNI.

Além disso, a Suzano Ventures investe em startups que desenvolvem embalagens sustentáveis e outras soluções inovadoras. A empresa também aproveita a biomassa e resíduos de madeira para gerar energia, sendo autossuficiente em várias unidades e fornecendo excedentes para a rede pública. A Suzano continua a expandir sua oferta de produtos de baixa intensidade carbônica, substituindo materiais fósseis e contribuindo para a descarbonização das cadeias de valor.

Informações complementares

Em 2024, mensuramos nosso escopo 3 de duas maneiras: 

  • Apenas considerando as categorias mensuradas anteriormente (bens e serviços comprados (escopo parcial referente ao transporte de insumos); transporte e distribuição upstream; transporte e distribuição downstream; deslocamento de funcionários e funcionárias; resíduos; e viagens aéreas e negócios;
  • Considerando todas as categorias disponíveis pelo GHG Protocol (bens e serviços comprados; atividades relacionadas a energia e combustíveis não inclusas nos escopos 1 e 2; transporte e distribuição upstream; deslocamento de funcionários e funcionárias; resíduos gerados nas operações; viagens a negócios; transporte e distribuição downstream; processamento de produtos vendidos; tratamento de fim de vida; e investimentos).