O equilíbrio dos serviços ecossistêmicos, a partir da conservação e do uso sustentável dos recursos naturais, é fundamental para a Suzano, pois o seu modelo de negócios envolve uma relação indissociável com o meio ambiente. Como uma empresa baseada na natureza, o eucalipto plantado e utilizado na produção de celulose depende diretamente de recursos naturais. Sendo assim, atuar em prol da conservação da biodiversidade e da recuperação de ecossistemas, além de beneficiar a sociedade como um todo, assegura a perpetuidade do seu próprio negócio.
Devido ao alto custo para a criação e a manutenção de espaços naturais protegidos, essas iniciativas em geral são promovidas pelo Estado. No entanto, a maior parte das terras do mundo, e sua biodiversidade, encontra-se em áreas privadas. Assim, o engajamento do setor privado no estabelecimento e na proteção de áreas naturais tem um papel fundamental nos esforços mundiais de aumento da superfície conservada de hábitats naturais.
Segundo dados do Serviço Florestal Brasileiro (SFB)¹, 98% da área florestal brasileira é composta de florestas naturais, enquanto o restante é ocupado por florestas plantadas (aproximadamente 9 milhões de hectares plantados de eucalipto, pínus e demais espécies, destinados a fins industriais para a produção de papel e celulose, painéis de madeira, pisos laminados, produção energética e biomassa).
No contexto internacional, o Brasil destaca-se como o país onde o setor de árvores plantadas mais protege as áreas naturais. São cerca de 6 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs), áreas de Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs)².
A Suzano tem se empenhado em identificar e conservar a biodiversidade em suas áreas de ocupação e considera a preservação da natureza como parte essencial do seu modelo de negócio, em que as áreas de plantio da companhia são entremeadas por florestas nativas e áreas protegidas que vêm sendo manejadas para aumento da conexão da biodiversidade nesses ambientes, através de mosaicos e corredores ecológicos, e da restauração de áreas degradadas.
As áreas protegidas da Suzano compreendem as APPs e as RLs, estabelecidas e manejadas em conformidade com a Lei Florestal Brasileira nº 12.651/2012. Dependendo dos atributos ecológicos, ambientais e sociais que essas áreas apresentam, parte delas pode ser considerada como Área de Alto Valor de Conservação (AAVC) e/ou RPPN, devendo ser, neste caso, voluntariamente estabelecida e com gestão específica de manejo e proteção em conformidade com requisitos de certificação e legislação aplicável a essas áreas de conservação.
A Suzano mantém e protege mais de 1 milhão de hectares de vegetação nativa, o que corresponde a 40% de sua área total. Nesse território, a empresa identificou voluntariamente 74 áreas definidas como AAVC e 7 RPPNs [categoria IV da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês)], totalizando cerca de 90 mil hectares considerados de importância global ou nacional para a conservação da biodiversidade.
O manejo das áreas de conservação da Suzano tem o objetivo de promover a manutenção, a melhoria e o uso sustentável da biodiversidade, protegendo ecossistemas, espécies e diversidade genética, e garantindo o atendimento à legislação vigente.
A gestão da biodiversidade na empresa conta com o Plano de Monitoramento da Biodiversidade, que estabelece as diretrizes gerais, os procedimentos e as responsabilidades referentes ao manejo para a conservação de suas áreas.
Desde a década de 1990, a Suzano investe no monitoramento da biodiversidade em suas áreas protegidas, registrando mais de 4 mil espécies de fauna e flora, das quais mais de 400 estão ameaçadas de extinção e 350 são endêmicas de três diferentes biomas: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Em relação às AAVCs definidas, a Suzano possui um Plano de Monitoramento específico para cada unidade de negócio florestal, o qual apresenta indicadores de monitoramento, potenciais riscos aos atributos de alto valor para a biodiversidade identificados e medidas de proteção necessárias. Para as RPPNs, são estabelecidas formas especiais de manejo e proteção dos valores identificados em conformidade com requisitos específicos e legislação aplicável a essas áreas de conservação.
As práticas de gestão ambiental e biodiversidade da Suzano são monitoradas por auditorias externas, conforme os padrões do Forest Stewardship Council® (FSC®) e do Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC®).
Além disso, nas áreas em que foi identificada a necessidade de intervenção para o restabelecimento de funções ecológicas (por uso pregresso de pastoreio de gado e outros usos feitos por terceiros), a Suzano possui uma estratégia e o Programa de Restauração Ecológica, que considera o planejamento da paisagem e a integração de seus atores, a fim de contribuir para a conservação da biodiversidade e de gerar benefícios sociais.
No sentido de reverter a perda de biodiversidade e gerar impacto positivo na natureza, em 2021 a empresa estabeleceu, de forma voluntária, o compromisso de conectar até 2030, por meio de corredores ecológicos, meio milhão de hectares de fragmentos – o equivalente a quatro vezes a cidade do Rio de Janeiro – nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. Esse compromisso vai além do limite das propriedades em que a Suzano possui operações e se propõe a gerar valor para a biodiversidade nos territórios de atuação da empresa.
A criação de corredores ecológicos conecta áreas isoladas, possibilitando o deslocamento de animais, o aumento da cobertura vegetal e, consequentemente, a regeneração da biodiversidade. É importante ressaltar que o compromisso de biodiversidade estabelecido pela Suzano, além de ter abrangência em três dos seis biomas do Brasil, considerou a representatividade de toda a extensão e influência territorial da companhia, e sua execução se dará de forma colaborativa com diversos stakeholders, em parceria com universidades e, sobretudo, com as comunidades locais e os proprietários e proprietárias das áreas que serão conectadas.
Para o alcance dessa meta, a Suzano está focada nos eixos Conectar, Engajar e Proteger. A partir desses pilares, a companhia atuará estrategicamente por meio da implantação de corredores de biodiversidade; da criação de uma rede de Unidades de Conservação (UCs); da conservação de populações de primatas e palmeiras; e do estabelecimento de modelos de negócios que gerem valor compartilhado e de produção biodiverso, além de ações para a redução das pressões sobre a biodiversidade em decorrência da ação humana. Para mais informações, acesse “Compromisso para Renovar a Vida – Conservar a Biodiversidade”.
Almejando a melhoria contínua na gestão da biodiversidade, em 2024 a Suzano iniciou uma jornada para aprimorar a mensuração da biodiversidade, assim como o uso de novas tecnologias para a coleta de dados. Algumas das iniciativas incluem:
Além disso, para comemorar o seu centenário, em 2024 a Suzano firmou uma parceria de cinco anos com a IUCN, com a qual a companhia atuará para desenvolver sua própria estratégia referente à natureza, além de convocar seus principais públicos de relacionamento a compartilharem conhecimento e melhores práticas, ajudando a impulsionar as ações da iniciativa privada sobre a natureza.
Notas:
1. Serviço Florestal Brasileiro – Sistema Nacional de Informações Florestais [SNIF (2020)] – mapa das florestas do Brasil.
2. Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) – gestão de paisagem.