Para uma adequada compreensão da realidade e do contexto social de atuação da Suzano, todas as comunidades situadas no interior do perímetro estabelecido para as áreas diretamente afetadas (raio de até 3 quilômetros de distância a partir dos limites das unidades de manejo florestal ou de 10 quilômetros de distância no caso de serem comunidades tradicionais) devem ser identificadas e caracterizadas por meio de parâmetros objetivos de condições concretas de existência (indicadores de caracterização socioeconômica) e da indicação dos principais constrangimentos (impactos sociais) provocados pelo manejo florestal da companhia na reprodução daquelas condições de existência social.

A identificação e a caracterização de novas localidades, bem como a atualização da base de informações socioeconômicas e culturais das localidades, são realizadas por meio do Inventário Social, a partir de observação direta nas localidades e de entrevistas com moradores locais.

Mantemos avaliações de impactos sociais e ambientais em todas as operações e adotamos ações tanto para evitar, minimizar ou compensar os efeitos adversos de nossas operações como para potencializar os seus impactos positivos. Isso determina os efeitos socioeconômicos e ambientais de nossos processos e atividades, benéficos ou adversos, que ocorrerão no meio antrópico.

Os aspectos e impactos sociais são classificados e priorizados por meio de uma matriz que considera fatores como potencial de gravidade, frequência, probabilidade e abrangência. A depender do grau de significância, são definidos mecanismos de acompanhamento e controle.

Entre os impactos negativos reais, podemos ressaltar a alteração nas paisagens; o comprometimento da capacidade e qualidade de malhas viárias locais; os incômodos relacionados a poeira, ruído e iluminação excessiva; a modificação da estrutura fundiária e na produção local; o risco de ocupações irregulares; e o aumento de tráfego de caminhões em comunidades.

Entre os impactos negativos potenciais relacionados ao nosso negócio estão a alteração da disponibilidade e qualidade de água; a alteração nos patrimônios histórico, arqueológico e histórico locais; o comprometimento da segurança alimentar de populações; conflitos com usos costumeiros/tradicionais dos recursos florestais em áreas de preservação e conservação; incômodos por deriva¹ de produtos em áreas vizinhas; e possíveis interrupções ou interferências em sistemas de comunicação e de energia elétrica.

Somadas a isso, são avaliadas as demandas de partes interessadas pertinentes, através de um sistema específico, o Relacione+, no qual elas são classificadas por sua procedência e, então, definem-se ações mitigadoras e são registradas as evidências de execução destas, possibilitando a retroalimentação dos impactos na matriz.

Os processos são participativos e contemplam:

• Divulgação pública dos resultados de avaliações de impactos ambientais e sociais; 
• Programas de desenvolvimento local baseados nas necessidades de comunidades locais;
• Planos de engajamento de stakeholders baseados no mapeamentos dessas partes;
• Comitês e processos de consulta ampla à comunidade local, incluindo grupos vulneráveis;
• Processos formais de queixas e reclamações por parte dos moradores e moradoras do entorno de nossas instalações.

Listamos a seguir os impactos adversos e benéficos significativos mapeados por Estado/unidade.

Bahia

Impactos reais

• Alteração da paisagem (visual) e perda de referência 
• Alteração na pauta produtiva dos municípios – modificação na produção local 
• Aumento do risco de acidentes (com pessoas e animais) 
• Comprometimento da capacidade da malha viária
• Comprometimento da qualidade da malha viária 
• Incômodo causado por poeira
• Incômodo causado por ruído
• Isolamento de propriedades e comunidades
• Modificação na estrutura fundiária local
• Redução da geração de renda
• Valorização da terra

Impactos potenciais

• Alteração da disponibilidade de água
• Alteração da qualidade da água
• Comprometimento da segurança alimentar
• Comprometimento do fluxo de veículos em razão da interferência da vegetação no leito carroçável² das estradas
• Dano econômico causado por deriva de produto em áreas vizinhas 
• Danos a bens públicos e ao patrimônio privado
• Desemprego causado por desmobilizações de empresas prestadoras de serviços (EPS) e de frentes de trabalho
• Desorganização do modo de vida das comunidades locais
• Desrespeito aos hábitos e costumes não predatórios
• Incômodo causado por deriva de produto em áreas vizinhas 
• Incômodo em razão da contaminação de corpos d’água
• Incômodos causados pela redução da qualidade do trânsito
• Interferências em sistemas de comunicação

Espírito Santo

Impactos reais

• Alteração da paisagem (visual) e perda de referência
• Alteração na pauta produtiva dos municípios – modificação na produção local
• Aumento do risco de acidentes (com pessoas e animais)
• Comprometimento da capacidade da malha viária
• Comprometimento da qualidade da malha viária
• Incômodo causado por poeira
• Incômodo causado por ruído
• Isolamento de propriedades e comunidades
• Modificação na estrutura fundiária local
• Redução da geração de renda
• Valorização da terra

Impactos potenciais

• Alteração da disponibilidade de água
• Alteração da qualidade da água
• Comprometimento da segurança alimentar
• Comprometimento do fluxo de veículos em razão da interferência da vegetação no leito carroçável das estradas 
• Dano econômico causado por deriva de produto em áreas vizinhas
• Danos a bens públicos e ao patrimônio privado
• Desemprego causado por desmobilizações de EPS e de frentes de trabalho
• Desorganização do modo de vida das comunidades locais 
• Desrespeito aos hábitos e costumes não predatórios
• Incômodo causado por deriva de produto em áreas vizinhas
• Incômodo em razão da contaminação de corpos d’água
• Incômodos causados pela redução da qualidade do trânsito
• Interferências em sistemas de comunicação

Maranhão

Impactos reais

• Alteração da paisagem (visual) e perda de referência
• Alteração na pauta produtiva dos municípios - modificação na produção local
• Aumento do risco de acidentes (com pessoas e animais)
• Comprometimento da capacidade da malha viária
• Comprometimento da qualidade da malha viária 
• Modificação na estrutura fundiária local
• Desemprego de famílias que habitam propriedades adquiridas
• Incômodo causado por iluminação excessiva
• Incômodo causado por poeira
• Incômodo causado por ruído
• Redução da geração de renda
• Valorização da terra

Impactos potenciais

• Alteração da disponibilidade de água
• Alteração da qualidade da água
• Comprometimento da segurança alimentar
• Conflito com usos costumeiros/tradicionais dos recursos florestais (madeireiros e não madeireiros) em áreas de preservação e conservação 
• Dano econômico causado por deriva de produto em áreas vizinhas
• Danos a bens públicos e ao patrimônio privado
• Desemprego causado por desmobilizações de EPS e de frentes de trabalho
• Desorganização do modo de vida das comunidades locais
• Desrespeito aos hábitos e costumes não predatórios
• Incômodo causado por deriva de produto em áreas vizinhas
• Incômodo em razão da contaminação de corpos d’água
• Incômodos causados pela redução da qualidade do trânsito 
• Interferências em sistemas de comunicação
• Interrupção de energia elétrica

Mato Grosso do Sul

Impactos reais

• Alteração da paisagem (visual) e perda de referência
• Aumento do risco de acidentes (pessoas e animais)
• Comprometimento da capacidade da malha viária
• Comprometimento da qualidade da malha viária 
• Desemprego de famílias que habitam propriedades adquiridas
• Incômodo causado por poeira
• Incômodo causado por ruído
• Isolamento de propriedades e comunidades
• Modificação na estrutura fundiária local
• Valorização da terra

Impactos potenciais

• Alteração da disponibilidade de água
• Alteração da qualidade da água
• Alteração no patrimônio arqueológico
• Alteração no patrimônio histórico 
• Danos a bens públicos e ao patrimônio privado
• Desemprego causado por desmobilizações de EPS e de frentes de trabalho
• Incômodo causado por deriva de produto em áreas vizinhas 
• Interferências em sistemas de comunicação
• Interrupção de tráfego

São Paulo

Impactos reais

• Alteração da paisagem (visual) e perda de referência
• Alteração na pauta produtiva dos municípios – modificação na produção local
• Melhoria da qualidade do emprego
• Capacitação da mão de obra (interna)
• Comprometimento da capacidade da malha viária
• Comprometimento da qualidade da malha viária
• Diminuição das perdas com incêndios (ou diminuição de área queimada/ano)
• Geração de empregos e renda
• Incômodo causado por ruído
• Incômodo causado por poeira
• Incômodos causados pela redução da qualidade do trânsito
• Isolamento de propriedades e comunidades
• Modificação na estrutura fundiária local

Impactos potenciais

• Acesso a assistência técnica integral à propriedade
• Adequação das propriedades à legislação vigente [meio ambiente e saúde e segurança ocupacional (SSO)]
• Alteração da disponibilidade de água
• Alteração da qualidade da água
• Dano econômico causado por deriva de produto em áreas vizinhas
• Danos a bens públicos e ao patrimônio privado
• Desemprego causado por desmobilizações de EPS e de frentes de trabalho
• Incômodo causado por deriva de produto em áreas vizinhas
• Incômodo devido à contaminação de corpos d’água
• Melhoria das condições de trabalho
• Melhoria da qualidade da malha viária
• Melhoria dos padrões de qualidade e legalidade da cadeia de fornecedores de serviços regionais

O processo de gestão, coordenação, identificação e avaliação dos aspectos e impactos socioeconômicos e ambientais é de responsabilidade da Gerência Executiva de Operações Socioambientais, que pode acionar as demais áreas internas para participação nos fluxos e contribuição nas análises.

São avaliadas as demandas das partes interessadas pertinentes oriundas do sistema de gestão de relacionamento da companhia, conhecido como Relacione+, sistema corporativo de gestão do relacionamento com comunidades locais, tradicionais, povos indígenas e demais partes interessadas, e do investimento socioambiental da Suzano.

A cada ciclo de atualização da Matriz de Aspectos e Impactos Sociais, caberá à coordenação de Relacionamento Social de cada unidade/regional realizar a comunicação para a Comissão de Valor Compartilhado (CVC) local, a fim de compartilhar os resultados e as análises realizadas.

Por fim, a lista de impactos sociais adversos significativos deve ser divulgada às partes interessadas relevantes ou afetadas pelas operações por meio do Diálogo Operacional e do resumo público do Plano de Manejo Florestal. A lista também deve ser compartilhada com as operações de cada unidade, para que estejam cientes dos aspectos e impactos de suas atividades e processos – reforçando o compromisso da Suzano de atuar de maneira assertiva na prevenção, mitigação, reparação e remediação de efeitos adversos.

Apesar de todas as medidas tomadas nesse sentido, perdas e danos imprevisíveis podem ocorrer, com impacto direto nos recursos ou no sustento das comunidades. Neste caso, haverá compensação das perdas e dos danos, em comum acordo e conforme as particularidades de cada caso, de forma justa e equilibrada.

O monitoramento dos conflitos e das crises sociais é feito por meio do mapa de calor, ferramenta gerenciada pela área de Relacionamento Social, e, em caso de conflitos reais, é acompanhado pelas comissões de crises, pela CVC ou por grupos de trabalho específicos.

Além disso, para a resolução de conflitos, disputas e compensações que envolvam os direitos de uso, posse e domínio de terra, a empresa definiu diretrizes que têm por base a priorização da busca de solução amigável e justa com as partes.

Descrição de impactos econômicos indiretos significativos

As atividades da Suzano também geram impactos econômicos indiretos significativos na sociedade, relacionados não só às mudanças na produtividade de organizações, setores ou da economia como um todo, mas também ao fortalecimento das habilidades e dos conhecimentos de comunidades profissionais ou de indivíduos de regiões geográficas em que a empresa atua.

Nesse sentido, os programas de engajamento, geração de renda e educação em que a Suzano investe dedicam orientação técnica para estimular e capacitar as organizações sociais assistidas a desenvolverem as seguintes ações:

• Estabelecer conexões com organizações interessadas em constituir parcerias para investir em projetos sociais e/ou adquirir produtos e/ou serviços; 
• Constituir equipes preparadas para captar recursos, de modo que possam aumentar a quantidade de parceiros e reduzir sua dependência da empresa; 
• Estabelecer processos que permitam apresentar a potenciais financiadores, de forma clara e com evidências, os resultados de suas atividades para a transformação de suas realidades; 
• Acessar políticas públicas e de incentivo fiscal, aplicar projetos em editais e estruturar propostas de parcerias espontâneas;
• Investir em laboratórios de inovação social para fomentar novos projetos e práticas com impacto direto na economia, na cultura e no desenvolvimento social.

No que se refere ao fortalecimento das habilidades e dos conhecimentos de comunidades profissionais ou de indivíduos de determinada região geográfica, destacamos, no indicador “Programas sociais da Suzano”, os principais programas de fortalecimento do relacionamento e desenvolvimento socioeconômico nas comunidades.

Notas:

1. Deriva é quando, por exemplo, o vento carrega/transporta parte de um produto que seria aplicado em plantios de eucalipto para áreas vizinhas à plantação.
2. Leito carroçável é a parte da via de trânsito destinada à circulação dos veículos.