contexto

Papel desempenhado pelo mais alto órgão de governança no relato de sustentabilidade

 O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Suzano, com as informações relatadas e os temas materiais, é avaliado e aprovado pela presidência e vice-presidência da organização. Adicionalmente, como responsabilidade, o Conselho de Administração garante a definição e integridade da estratégia de sustentabilidade, propósito, valores e orientação geral dos negócios.


Definição do conteúdo do relatório e limites de cada tema material

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Suzano reúne os principais resultados financeiros, sociais, ambientais e de governança da empresa, correspondentes ao período de 1° de janeiro a 31 de dezembro de 2024. 

Com periodicidade anual, o documento segue as Normas 2021 da Global Reporting Initiative (GRI), os princípios do Relatório Integrado, a Resolução nº 59 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas. Traz também as métricas do Sustainability Accounting Standards Board (SASB) – para os setores de Produtos de Papel e Celulose, Gestão Florestal e Conteineres e Embalagens, assim como considera as diretrizes das Divulgações Relacionadas ao Clima (IFRS S2, do International Financial Reporting Standards S20), publicadas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), que incorporou as recomendações da Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD). 

Inspirados em nosso propósito de renovar a vida a partir da árvore, entendemos que, mais do que mostrar nossas atividades e nosso desempenho no ano, é preciso apresentar nossa capacidade de transformação dentro do ecossistema de negócios do qual fazemos parte. Queremos contribuir para o desenvolvimento de soluções voltadas para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável e, por isso, apresentamos os assuntos de acordo com sua relevância e com os impactos gerados para os nossos stakeholders. O documento passou também por asseguração limitada, conduzida pela PwC Brasil. Seguindo as diretrizes da GRI, a definição dos temas do documento reflete a materialidade da Suzano. Essa definição contempla o cruzamento dos temas relevantes para o negócio na perspectiva de nossos públicos de interesse e da análise sobre os impactos relacionados a esses temas. 

Em 2024, o estudo de materialidade foi atualizado a partir dos conceitos mais atuais relacionados ao tema, como dupla materialidade. A materialidade da Suzano é revisada uma vez a cada dois ou três anos, a depender da necessidade. Durante esses estudos, são envolvidos stakeholders internos e externos na identificação dos temas materiais. Nesta atualização, foram identificados 11 temas materiais. Em relação ao estudo de materialidade anterior, realizado em 2021, houve a exclusão do tema Inovabilidade e a inclusão de Resíduos e materiais perigosos, Capital humano, Certificações e Design de produtos e gerenciamento do ciclo de vida. A seguir estão detalhados os onze temas materiais para o nosso negócio. Em nosso relatório de sustentabilidade (página 58 e 59), é possível ter acesso a mais informações sobre os impactos positivos e negativos relacionados a cada tema material.


ÁGUA E EFLUENTES

Considera o uso da água, o consumo de água, a geração de águas residuais e outros impactos das operações sobre os recursos hídricos, que podem ser influenciados por diferenças regionais na disponibilidade, qualidade e competição por recursos hídricos. Mais especificamente, aborda estratégias de gestão, incluindo a eficiência, intensidade, reciclagem da água e a preservação/ restauração de corpos hídricos. Por fim, a categoria também aborda a gestão do tratamento e descarte de águas residuais, incluindo a poluição de águas subterrâneas e aquíferos.


BIODIVERSIDADE

Considera a gestão dos impactos da empresa nos ecossistemas e na biodiversidade por meio de atividades que incluem, mas não se limitam a uso da terra para exploração, extração de recursos naturais e cultivo, bem como desenvolvimento, construção e localização de projetos. Os impactos incluem, mas não estão limitados a perda de biodiversidade, destruição de habitat e desmatamento. O tema inclui tanto os potenciais impactos negativos como os impactos positivos associados a proteção e restauração da biodiversidade.
 

EMISSÕES E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Considera a emissão de emissão de gases efeito estufa e outras emissões atmosféricas pelas atividades industriais e de logística e a remoção e estoque de gás carbônico (CO₂) pela base florestal plantada e nativa. O tema inclui o consumo e a venda de energia e os impactos causados por futuros impactos climáticos.


RELACIONAMENTO COM COMUNIDADES

Considera a gestão da relação entre a Suzano e as comunidades em que opera. Mais especificamente, essa gestão abrange os impactos socioeconômicos na comunidade, envolvimento da comunidade, justiça ambiental, cultivo de força de trabalho local, impacto nas empresas locais, licença para operar e avaliações de impacto ambiental/social. O tema inclui ainda os impactos ambientais, como poluição do ar, que possam afetar a saúde, bem-estar e a segurança dos membros das comunidades locais.


CAPITAL HUMANO

Considera a capacidade da Suzano de manter os padrões trabalhistas aceitos no local de trabalho, incluindo a conformidade com as leis trabalhistas, política salarial, provisão de benefícios e garantia de direitos humanos básicos relacionados ao trabalho infantil, trabalho forcado e salários justos. O tema também inclui a capacidade da Suzano de criar e manter um ambiente de trabalho seguro e saudável, livre de lesões, fatalidades e doenças e a promoção do bem-estar e da saúde física e mental. Por fim, o tema inclui a promoção do engajamento e desenvolvimento dos funcionários, por meio das ações de cultura e capacitação.


DIREITOS HUMANOS

Considera a gestão para identificação, prevenção e mitigação dos impactos negativos nos direitos humanos - direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Os direitos humanos incluem, por exemplo, o direito à vida e a liberdade, liberdade de opinião e expressão. Considera a garantia dos direitos humanos nas relações diretas e indiretas da empresa, em especial a gestão da relação entre a Suzano e seus fornecedores e as comunidades em que opera, incluindo, mas não se limitando a gestão de impactos diretos e indiretos nos direitos humanos fundamentais e no tratamento das comunidades indígenas e tradicionais.


DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO

Considera a capacidade da Suzano de garantir que sua cultura e práticas de contratação e promoção abranjam a construção de uma força de trabalho diversificada e inclusiva que reflita a composição dos pools de talentos locais e sua base de clientes. Aborda as questões de práticas discriminatórias com base em raça, gênero, etnia, religião, orientação sexual e outros fatores. Considera ainda a promoção de práticas de desenvolvimento e construção de um ambiente de trabalho favorável a diversidade, equidade e a inclusão de minorias.


DESIGN DE PRODUTO E GERENCIAMENTO DO CICLO DE VIDA

Considera a incorporação de considerações ambientais, sociais e de governança (ESG) nas características dos produtos fornecidos ou comercializados pela Suzano. Inclui, mas não se limita a gerenciar os impactos do ciclo de vida de produtos e serviços, como aqueles relacionados a embalagem, distribuição, intensidade de recursos na fase de uso e outras externalidades ambientais e sociais que podem ocorrer durante sua fase de uso ou no final da vida util.

 

GESTÃO DE FORNECEDORES

Considera o gerenciamento de riscos ambientais, sociais e de governança (ESG) na cadeia de suprimentos da Suzano. Aborda questões associadas as externalidades ambientais e sociais criadas pelos fornecedores por meio de suas atividades operacionais. Tais questões incluem, mas não estão limitadas a responsabilidade ambiental, direitos humanos, práticas trabalhistas e ética e corrupção. Considera ainda os impactos positivos relacionados ao desenvolvimento de fornecedores e o direcionamento das práticas de compras potencializar a inclusão, desenvolvimento local e a inclusão de critérios socioambientais na seleção dos materiais, serviços e fornecedores.

 

RESÍDUOS E MATERIAIS PERIGOSOS

Considera as questões ambientais associadas a gestão de resíduos perigosos e não perigosos gerados pela Suzano. Aborda a gestão de resíduos sólidos dos processos florestais e industriais. Abrange tratamento, manuseio, armazenamento, descarte e conformidade regulatória.

 

CERTIFICAÇÕES

Considera a gestão de certificações na Suzano, realizada para operações florestais e industriais, processos corporativos, operações comerciais e escritórios internacionais, atestando a conduta socioambiental responsável nas diferentes etapas do nosso negócio.

Informações complementares

Entre os oito temas materiais da Suzano, abaixo aprofundamos algumas informações daqueles mais prioritários para o desempenho da empresa.


TRANSIÇÃO CLIMÁTICA E RISCOS FÍSICOS

As mudanças climáticas representam riscos diretos aos negócios da Suzano, o que reforça a necessidade de a empresa fortalecer a resiliência e a capacidade adaptativa. Alguns desses riscos são: 

  • Interrupção nas operações industriais por falta de disponibilidade de água; 
  • Perda de patrimônio florestal devido a incêndios florestais (todas as unidades florestais estão expostas a esse risco); 
  • Perda de ativos florestais devido a distúrbios fisiológicos, potencializados por eventos climáticos como La Niña e El Niño. Houve aumento da presença e resistência de pragas e doenças florestais nas áreas florestais da Suzano, favorecido pelo aumento das temperaturas médias.


ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS

Em linha com a nossa visão estratégica, integramos a questão das alterações climáticas nas políticas, governanças, gestão e planejamento da empresa, trabalhando para construir conhecimento e capacidade para enfrentar os desafios climáticos.

Em termos de estratégias de negócios, temos: 

  • Os riscos climáticos incorporados na gestão de riscos da empresa como um dos nossos riscos prioritários; 
  • Grupos de trabalho internos com foco em metodologias e oportunidades; 
  • Participação em grupos de trabalho associativos, com voz ativa a favor da transição de carbono.

Ações de mitigação: 

  • Troca do consumo de combustíveis fósseis por energias renováveis e projetos de eficiência; 
  • Pesquisas e ações adaptativas e de resiliência: análise de cenários climáticos, planejamento de operações futuras e programas de melhoramento, a fim de desenvolver clones adaptados e obter melhor desempenho nas condições limitantes de cada unidade; 
  • Aumentar os fluxos de receita da floresta com produtos renováveis no portfólio, em substituição aos produtos fósseis;
  • Redução nos custos e dependência da atuação da Suzano em energia e recursos hídricos.


METAS/MÉTRICAS VINCULADAS AO TEMA MATERIAL

Para conhecer a meta relacionada ao tema e o seu progresso, acesse a página dos Compromissos para Renovar a Vida (“Remover 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2025” e “Reduzir em 15% a intensidade das emissões de gases de efeito estufa dos escopos 1 e 2, por tonelada de produção”).


RELEVÂNCIA PARA STAKEHOLDERS EXTERNOS

As florestas nativas e as plantações de eucalipto contribuem diretamente para a remoção e o armazenamento de dióxido de carbono do ar, a preservação da biodiversidade e a regulação do ciclo hidrológico, entre outros benefícios. As atividades industriais e logísticas da Suzano são caracterizadas pela alta intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Isso atribui grande responsabilidade ao seu papel na mitigação e adaptação às alterações climáticas, contribuindo com fornecedores(as), clientes, governos, sociedade civil e outras entidades do setor privado para enfrentar esse desafio. 



BIODIVERSIDADE E USO DO SOLO

Como empresa baseada na natureza, os nossos eucaliptos dependem de recursos naturais, como a água e o solo, para crescer continuamente, ciclo após ciclo, nas mesmas áreas. A biodiversidade é essencial para o fornecimento, a regulação e o suporte desses recursos, fortalecendo a nossa produtividade e a nossa capacidade de longo prazo. Proteger e melhorar os serviços ecossistêmicos – incluindo a conservação da biodiversidade – nas nossas florestas geridas mitiga os riscos operacionais e de reputação.

Por outro lado, além da produção de madeira, as florestas naturais fornecem serviços ecossistêmicos valiosos, incluindo sequestro de carbono, hábitat de vida selvagem, purificação e armazenamento de água, formação de solo e oportunidades recreativas.


ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS

A Suzano baseia sua estratégia de biodiversidade em três premissas: 

  • Desmatamento zero: não plantar ou comprar eucaliptos plantados em áreas que antes eram ocupadas por vegetação nativa e que foram desmatadas legal ou ilegalmente; 
  • Manejo florestal sustentável: o modelo de manejo florestal adotado pela empresa favorece a produtividade das plantações, o controle de doenças e pragas, a manutenção da biodiversidade e a preservação ambiental em áreas que vão além das exigências legais; 
  • Regeneração: a Suzano trabalha para reduzir o impacto negativo das operações florestais na biodiversidade e maximizar o impacto positivo por meio de práticas conservacionistas, para que o impacto total na biodiversidade seja positivo, e participa ativamente da regeneração de paisagens nos territórios onde atua.


METAS/MÉTRICAS VINCULADAS AO TEMA MATERIAL

Para conhecer a meta relacionada ao tema e o seu progresso, acesse a página dos Compromissos para Renovar a Vida (“Conectar meio milhão de hectares de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade no Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia”).


RELEVÂNCIA PARA STAKEHOLDERS EXTERNOS

As plantações de eucalipto têm impulsionado o desmatamento e representam riscos para outros biomas, embora a maioria das empresas não trabalhe mais em áreas desmatadas. A biodiversidade pode ser impactada negativamente pela perda de hábitat, fragmentação causada pela atividade humana e outros fatores. No entanto, as florestas geridas fornecem serviços ecossistêmicos, como sequestro de carbono e hábitats de vida selvagem. A proteção desses serviços pode mitigar os riscos ambientais associados à silvicultura e potencialmente melhorar a reputação, a demanda e as operações. 



IMPACTO E DESENVOLVIMENTO COMUNTÁRIO

As operações da Suzano estão presentes em vários municípios do Brasil nos quais a pobreza extrema e a desigualdade de renda são verdadeiros desafios. Dessa forma, a estratégia de desenvolvimento territorial da empresa foca na geração de renda e educação para aumentar o capital institucional nas comunidades locais e reduzir conflitos.

O emprego, a geração de rendimentos e a educação de qualidade promovem o bem-estar nas comunidades locais e apoiam atividades produtivas a fim de contribuir para o desenvolvimento das comunidades locais, implementar sistemas de proteção social e reduzir a pobreza. Esse tipo de envolvimento com as comunidades locais melhora o relacionamento e a percepção do público local da Suzano, reduz conflitos (como roubos de madeira e bloqueios de estradas) e faz prosperar a convivência entre as comunidades e as atividades da empresa.


ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS

Em 2009, uma grande quantidade de eucalipto, representando cerca de 20 milhões de dólares, foi roubada das terras da Suzano. A turbulência comunitária por vezes levou a incêndios criminosos e bloqueios de estradas. A empresa gastou milhões de dólares para proteger suas florestas e operações. A situação só mudou quando a estratégia social foi alterada. Ao trabalhar em parceria, gerando alternativas, as atividades ilícitas foram desencorajadas e o relacionamento melhorou. 

Nosso processo de geração de renda qualificada vem se fortalecendo. A empresa estabeleceu um novo patamar de desempenho social em suas metas de longo prazo, exigindo ganhos de escala e escopo. A geração de renda e a educação são os aspectos estruturais em que focamos, buscando construir soluções que promovam o bem-estar e mitiguem potenciais riscos de conflitos sociais. A empresa trabalha hoje num modelo baseado numa abordagem sistêmica, que liga os atores sociais relevantes da região, aproveitando o potencial desta e criando um ambiente de cooperação mútua.


METAS/MÉTRICAS VINCULADAS AO TEMA MATERIAL

Para conhecer as metas relacionadas ao tema e o seu progresso, acesse a página dos Compromissos para Renovar a Vida [“Tirar 200 mil pessoas da linha de pobreza nas nossas áreas de atuação” e “Aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 40% em todos os municípios prioritários até 2030”].