contexto

O termo Área de Alto Valor de Conservação (AAVC) refere-se a áreas que possuem atributos ambientais, sociais ou culturais de extrema importância, que precisam ser protegidos para garantir sua manutenção no longo prazo. Esses atributos podem incluir biodiversidade significativa, ecossistemas raros, serviços ambientais críticos, necessidades das comunidades locais e valores culturais importantes.

O conceito de AAVC surgiu no sistema de certificação florestal do Forest Stewardship Council® (FSC®). As AAVCs são mencionadas no princípio 9 do padrão FSC®, que visa assegurar a manutenção ou a ampliação dos valores ambientais e sociais significativos ou críticos dessas áreas.

A Suzano utiliza como referência os critérios de atributos do guia para identificar e priorizar ações para AAVCs em contextos jurisdicionais e de paisagem do HCV Resource Network 2020. As seis categorias são:

  • Diversidade de espécies: áreas contendo concentrações significativas de valores referentes à biodiversidade (espécies endêmicas e raras, ameaçadas ou em perigo significativas em nível regional, nacional ou global);
  • Ecossistemas e mosaicos no nível de paisagem, Paisagens Florestais Intactas (PFIs): grandes ecossistemas no nível de paisagem, mosaicos ecossistêmicos e PFIs significativos onde populações viáveis da grande maioria das espécies ocorrem naturalmente;  
  • Ecossistemas e hábitats: áreas que contenham ecossistemas, hábitats ou refúgios raros, ameaçados ou em perigo;
  • Serviços ecossistêmicos: áreas que prestem serviços ecossistêmicos básicos em situações críticas, incluindo proteção de mananciais e controle de erosão de solos vulneráveis e encostas;
  • Necessidades da comunidade: áreas e recursos fundamentais para atender às necessidades básicas de comunidades locais ou povos indígenas para meios de subsistência, saúde, nutrição e água;
  • Valores culturais: áreas, recursos, hábitats ou paisagens de significado cultural, arqueológico ou histórico e/ou de importância cultural, ecológica, econômica ou religiosa sagrada crítica.

A Suzano também identifica locais de especial significado (LES), que são áreas naturais, antropizadas ou com infraestrutura utilizada por comunidades em geral para manifestações culturais, ecológicas, econômicas e religiosas, e localizadas dentro de imóveis da empresa. 

Como parte de um fluxo contínuo, realizamos a avaliação da presença desses atributos em cada nova propriedade, seja por aquisição ou arrendamento, para considerar a presença ou a ausência dos atributos. Esse processo inclui consulta pública às partes interessadas relevantes, promovendo o engajamento e o conhecimento dos resultados obtidos nos estudos.

Para garantir a continuidade e a manutenção dos atributos identificados, utilizamos um plano que visa orientar e definir diretrizes para a realização periódica de monitoramentos, com análises para estabelecer medidas de controle e proteção contra riscos e impactos que possam comprometer a continuidade desses atributos.

Para controlar tais ameaças, a Suzano executa um conjunto integrado de medidas de proteção e monitoramentos ambientais, entre as quais se destacam: 

  • Política de Suprimentos de Madeira: compromisso com o desmatamento zero e adoção de melhores práticas de manejo florestal;
  • Política Corporativa de Gestão Ambiental: avaliação de riscos e determinação de medidas de prevenção, mitigação, adaptação, restauração e compensação de impactos adversos;
  • Monitoramentos  de flora e fauna silvestre;
  • Monitoramentos de ações antrópicas e engajamento com comunidades e vizinhos;
  • Restauração ecológica para a formação de corredores conectando fragmentos de vegetação nativa isolados;
  • Rondas periódicas com equipe especializada na identificação das ocorrências socioambientais – tais como invasões dos limites de propriedade, caça e furtos predatórios e deposição irregular de resíduos – e intensificação de ronda realizada pela vigilância patrimonial;
  • Brigadas de combate a incêndios treinadas e equipamentos de monitoramento em todas as unidades da empresa;
  • Manutenção de aceiros, limpeza de áreas e instalação de placas de identificação e orientação sobre práticas ilegais.

Parte significativa dessas AAVCs encontra-se inserida nas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) da companhia, uma categoria específica brasileira de Unidade de Conservação (UC) de domínio privado, definida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Criadas voluntariamente e de caráter perpétuo, essas reservas visam majoritariamente à conservação da biodiversidade, protegendo remanescentes de floresta nativa e recursos hídricos. Além disso, fomentam o desenvolvimento de estudos científicos e atividades de educação ambiental e vivência no ambiente natural.

Na tabela abaixo, é possível verificar o tamanho das áreas de AAVCs por região do país onde a Suzano atua. 

Área de Alto Valor de Conservação (AAVC) por unidade de manejo florestal¹

20202021²2022³2023³2024⁴‬
ha ha ha ha ha

Espírito Santo-Bahia

20.213,64

19.986,05

18.965,02

17.941,75

17.034,53

Maranhão

25.335,37

53.524,32

52.677,60

52.846,75

46.051,58

Mato Grosso do Sul

6.968,00

11.330,08

11.330,08

11.334,55

11.334,55

São Paulo

4.879,71

9.360,65

10.620,90

10.634,12

10.633,81

Total consolidado

57.795,38

94.201,10

93.593,60

92.757,17

85.054,47

  1. Este indicador considera as AAVCs em conformidade com o princípio 9 da certificação florestal FSC®, tendo como referência o guia da HCV Resource Network para identificação e priorização de ações relacionadas às AAVCs.  Essas áreas abrigam uma diversidade de tipos de vegetação, como florestas, restingas, muçunungas e áreas úmidas (incluindo manguezais e brejos), que são hábitat para espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Em 2024, 3.189 hectares dessas áreas se sobrepuseram às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
  2. Em 2021, a Suzano realizou uma uniformização de conceitos para todas as unidades de manejo, estabelecendo um procedimento corporativo que contempla métodos e critérios para identificar os atributos ambientais. Dessa forma, todas as AAVCs ambientais foram reavaliadas, resultando em um aumento significativo de mais de 30 mil hectares dessas áreas.
  3. Em 2022 e 2023, houve uma redução das AAVCs devido ao encerramento de contratos de arrendamento. Essas propriedades possuíam AAVCs e foram devolvidas aos proprietários.
  4. A variação na quantidade de hectares em 2024 deve-se à análise geoespacial dos polígonos das AAVCs, a qual resultou na exclusão de áreas como estradas e linhas de transmissão de energia elétrica. Além disso, houve a venda de propriedades que incluíam AAVCs. A companhia comunicou aos novos proprietários a importância de manter a manutenção dessas áreas.