contexto

A partir da identificação das potencialidades do território e da manutenção do diálogo constante e transparente sobre as operações da Suzano, criam-se as bases focadas no processo de consulta e engajamento comunitário, voltado para o desenvolvimento de estratégias de fortalecimento das instituições sociais locais, contribuindo diretamente para o desenvolvimento territorial. Essas estratégias são customizadas de acordo com o perfil da comunidade e os objetivos prioritários de cada grupo social, o que é imprescindível quando estamos falando de comunidades tradicionais.

O relacionamento com as comunidades indígenas e tradicionais localizadas nas áreas de influência das operações da Suzano é realizado de forma culturalmente apropriada, permanente, com base na confiança e no respeito mútuo de direitos e interesses, em conformidade com a Política Corporativa de Direitos Humanos da companhia e com os princípios estabelecidos pela Política Corporativa de Relacionamento com Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais. Para saber mais, acesse o indicador “Relacionamento com comunidades indígenas e tradicionais”.

Os programas a seguir são exemplos de processos de engajamento comunitário customizados de acordo com as características das comunidades indígenas presentes nos territórios de atuação da Suzano.


Programa de Sustentabilidade Tupiniquim Guarani [PSTG (ES)]

Este programa tem como objetivo não só cultivar a convivência entre a empresa e os povos Tupiniquim e Guarani situados em Aracruz (ES), como também apoiar as 12 comunidades indígenas do município (7 aldeias tupiniquins e 5 guaranis) na gestão de seus territórios devidamente demarcados e homologados. Com isso, espera-se permitir aos ocupantes dessas terras o restabelecimento das condições ambientais necessárias para a realização de práticas socioculturais, visando à afirmação de sua identidade étnica e à realização de atividades econômicas sustentáveis.

Os objetivos específicos de cada atividade são:

  • Meliponicultura: resgatar espécies de abelhas nativas sem ferrão ameaçadas ou extintas na região, contribuir para a segurança alimentar das famílias indígenas e promover geração alternativa de renda, com a comercialização dos produtos das colmeias; 
  • Fortalecimento produtivo: promover a agricultura e a criação de animais com técnicas que não comprometam a saúde do solo das terras indígenas e que permitam a autonomia das famílias indígenas para se alimentar e se sustentar economicamente;
  • Artesanato: trabalhar com os coletivos, principalmente de mulheres, visando ao fortalecimento cultural e à geração de renda, por meio da criação, produção e comercialização de artesanato; 
  • Comercialização: estimular a organização dos coletivos para a comercialização dos produtos oriundos do PSTG, por meio da Coopyguá –Cooperativa de Agricultores Indígenas Tupiniquim e Guarani de Aracruz; 
  • Demandas coletivas: demandas alinhadas com as necessidades das comunidades, integrando as ações de melhoria da infraestrutura, cultura, fortalecimento produtivo e artesanato.


Destaques de 2024:

  • Assinatura do termo de parceria com a Coopyguá, dando ao grupo de coletores e coletoras de sementes nativas livre acesso às áreas de preservação da Suzano. Já foram colhidos, pela cooperativa, mais de 3.500 quilos de sementes de espécies nativas, sendo que 2.400 quilos foram em áreas de preservação da empresa;
  • Apoio a iniciativas de esportes indígenas – Campeonato Indígena de Futebol de Campo e Jogos Tradicionais Indígenas;
  • Investimento nas frentes de artesanato, meliponicultura e grupo de coletores e coletoras de sementes liderados pela Coopyguá;
  • Investimento de 800 mil reais em ações coletivas nas 12 aldeias do território – melhoria de infraestrutura, cultura, fortalecimento produtivo e artesanato.


Projetos com comunidades indígenas Pataxós (BA)

Os projetos têm por finalidade a manutenção do diálogo ativo, culturalmente apropriado, com as comunidades tradicionais indígenas da área de influência da Suzano, sempre pautados pela transparência e construção coletiva nas definições de linhas de atuação. A implementação de projetos e ações passa por devida consulta e é reafirmada constantemente com as comunidades para a tomada de decisões. O diálogo ativo oportuniza a identificação de demandas e a manutenção do relacionamento, além de colaborar para o gerenciamento de potenciais e reais impactos das operações da empresa.

Nos municípios de Alcobaça, Itamaraju e Prado, na Bahia, a Suzano mantém um relacionamento com 16 aldeias indígenas das etnias Pataxós e Pataxós Hã Hã Hae, com o devido alinhamento e ciência do órgão competente, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), apoiando ações de valorização e preservação de sua cultura e tradição, além da educação de crianças e jovens indígenas. Todas essas ações foram construídas de forma participativa com as lideranças e os caciques das aldeias, e com movimentos de representatividade indígena do território.


Destaques de 2024:

  • Manutenção do Projeto Kijêtxawê, voltado para o fortalecimento da educação nas 16 aldeias, com a doação de kits escolares para mais de 1.630 crianças e adolescentes matriculados em suas escolas, sejam elas estaduais ou municipais;
  • Incentivo à busca de garantia de direitos através da disponibilização de infraestrutura para locomoção das lideranças indígenas em agendas positivas com o poder público;
  • Manutenção do diálogo ativo, transparente e culturalmente apropriado com as comunidades indígenas.


Programa de relacionamento com os povos indígenas (Mapato)

O Programa de Relacionamento Indígena da unidade florestal do Maranhão é fruto de uma articulação entre a Suzano e as lideranças indígenas dos Estados de influência dessa unidade [Maranhão, Pará e Tocantins (Mapato)]. Seu objetivo é contribuir para a conservação de recursos naturais e a melhoria das condições de vida de comunidades indígenas, através de aprimoramento e ampliação de práticas de agricultura sustentável, potencialização das brigadas de incêndio indígenas e fortalecimento das organizações, multiplicando os conhecimentos e as experiências entre as comunidades indígenas.

O Programa possui enfoque participativo, envolvendo as lideranças indígenas e organizações representativas na sua execução, monitoramento e avaliação, objetivando o processo de melhoria da gestão dos recursos naturais e o incremento nas atividades agrícolas sustentáveis.

Cabe ressaltar que essa abrangência poderá ampliar-se com a base das organizações representativas envolvidas, redes e fóruns que elas integram, no âmbito local e territorial. Para os anos de 2023 e 2024, foram priorizadas cinco terras indígenas (TIs): TI Apinajé (etnia Apinajé), TI Arariboia (etnia Guajajara), TI Fulni-o (etnia Fulni-o), TI Krikati (etnia Krikati) e TI Mãe Maria (etnia Gavião).

Para o Maranhão, foi construída uma sólida parceria entre a Suzano, a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), a Funai, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e comunidades indígenas, com base em ações estruturantes definidas conjuntamente por diferentes atores.


Destaques de 2024:

  • Desde 2022, a Suzano realiza investimentos para contribuir na atuação das nove brigadas indígenas do Maranhão, com apoio geral em infraestrutura e logística de atuação, como equipamentos de proteção individual, kit completo para cozinhas, notebooks, data shows, impressoras, gerador de energia e outros itens necessários para o funcionamento regular dessas estruturas, que são fundamentais para a manutenção e proteção dos territórios indígenas e a conservação do meio ambiente. Essas brigadas atuam em todos os territórios indígenas do Estado (Arariboia, Caru, Governador, Krikati e Porquinhos). Foi produzido um vídeo para demonstrar essa atividade que está recebendo investimentos da empresa. Em 2024, contribuímos com o fortalecimento da logística de comunicação das Brigadas Indígenas Federais (Brifs) para rápido e efetivo combate a focos de incêndio;
  • Participação em documentário produzido acerca do trabalho das brigadas indígenas no território maranhense;
  • Iniciamos um relacionamento com lideranças da Terra Indígena Apinajé – Tocantins para fomentar o etnodesenvolvimento por meio do fortalecimento de áreas para o cultivo de abelhas. Essa oportunidade surgiu por meio da escuta ativa sobre as principais demandas desse público;
  • Contribuímos, em 2024, com a ampliação de dois campos agrícolas na etnorregião de Bom Jesus das Selvas (MA), sendo um na Aldeia Jenipapo e um na região da Aldeia Kari, por meio de materiais para diversificação e melhoria da produção agrícola, contemplando cerca de 60 famílias e contribuindo para a segurança alimentar desses povos;
  • Participação no III Encontro Sistemas de Produção de Referência para Mitigação do Clima e da Fome, a convite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizado em setembro de 2024;
  • Relacionamento contínuo com lideranças indígenas da Coapima e do Ministério dos Povos Indígenas, por meio da participação em eventos culturais e estratégicos.


Projeto de relacionamento com comunidades da TI Araribá (Aldeia Kopenoti, Aldeia Nimuendaju, Aldeia Ekeruá, Aldeia Tereguá), em São Paulo

Todo o apoio e escuta têm como objetivo manter um diálogo contínuo e culturalmente respeitoso com as comunidades indígenas tradicionais situadas na área de influência da Suzano. As ações são conduzidas com base na transparência e na construção conjunta de diretrizes. A implementação de iniciativas é precedida de consultas adequadas e reforçada por um processo contínuo de validação com as comunidades, garantindo sua participação nas decisões. O diálogo ativo permite identificar demandas, fortalecer o relacionamento e contribuir para o gerenciamento de impactos potenciais e reais decorrentes das operações da empresa.

No município de Avaí, a Suzano mantém um relacionamento com quatro aldeias indígenas das etnias Terena e Tupi-Guarani, com o devido alinhamento e ciência do órgão competente, a Funai, apoiando ações de valorização e preservação de sua cultura e tradição, além da educação de crianças e jovens indígenas. Essas ações foram consideradas com base na escuta de lideranças e caciques das aldeias.


Destaques de 2024:

  • Incentivo ao projeto social iniciado há mais de 30 anos na comunidade Kopenoty – 1º Centro de Formação de Atletas Indígenas do Estado de São Paulo, com a doação de material esportivo pelo segundo ano consecutivo. Esse projeto atende cerca de 60 crianças e jovens na faixa etária entre 10 e 17 anos;
  • Visita ao evento aberto ao público que a comunidade realiza para comemorar a Semana dos Povos Originários;
  • Manutenção do diálogo ativo, transparente e culturalmente apropriado com as comunidades indígenas.

Programas de sustentabilidade com comunidades indígenas¹

202020212022²2023³2024
Tupiniquim Guarani (PSTG)OfaiéPataxós e Pataxós Hã Hã HaeTupiniquim Guarani (PSTG)OfaiéPataxós e Pataxós Hã Hã HaeTupiniquim Guarani (PSTG)OfaiéPataxós e Pataxós Hã Hã HaeTupiniquim Guarani (PSTG)OfaiéPataxós e Pataxós Hã Hã HaeIndígenas Mapato (Apinajé, Fulni-o, Gavião, Guajajara e Krikati)Tupiniquim Guarani (PSTG)OfaiéPataxós e Pataxós Hã Hã HaeIndígenas Mapato (Apinajé, Fulni-o, Gavião, Guajajara e Krikati)
número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total número total

Quantidade de aldeias contempladas

12

1

15

12

1

15

13

1

15

12

0

16

5

14

1

19

5

Número de participantes

1.315

12

0

1.340

15

0

343

30

0

275

0

851

830

1.431

21

803

830

Número de beneficiários

5.260

36

784

3.950

45

809

1.228

120

847

825

0

3.033

14.430

3.365

63

2.935

14.430

  1. O Programa de Sustentabilidade Tupiniquim Guarani (PSTG) acontece no Estado do Espírito Santo. Já o Programa de Sustentabilidade Indígena Ofaié acontece no Estado do Mato Grosso do Sul. Diferentemente do que foi reportado em 2022, os projetos com comunidades indígenas Pataxós e Pataxós Hã Hã Hae acontecem no Estado da Bahia, e não no Espírito Santo (GRI 2-4). Por fim, o programa de relacionamento com povos indígenas (Apinajé, Fulni-o, Gavião, Guajajara e Krikati) acontece nos Estados do Maranhão, Pará e Tocantins.
  2. A partir de 2022, foram considerados apenas os dados de projetos de geração de renda para participantes, beneficiários e beneficiárias.
  3. Em 2023, não houve ocorrência do Programa de Sustentabilidade Indígena Ofaié.