Dimensão SASB
Serviços ecossistêmicos e impactosCódigo SASB
RR-FM-160a.3Setor SASB
Manejo florestalDimensão GRI
AmbientalCódigo GRI
304-4O setor florestal brasileiro desempenha um papel fundamental na conservação da biodiversidade. Com uma vasta extensão territorial e uma rica diversidade de biomas, o Brasil abriga aproximadamente 20% de toda a biodiversidade da Terra e 30% das florestas tropicais do mundo, consolidando-se como um protagonista na conservação da biodiversidade e na restauração de hábitats degradados.
Nesse contexto, desde a década de 1990, a Suzano realiza estudos e monitoramentos contínuos da fauna silvestre e da flora. Os resultados desses esforços estão organizados em um banco de dados abrangente, que reúne informações sobre a biodiversidade nos diferentes biomas onde a companhia atua.
A Suzano possui um Plano de Monitoramento de Biodiversidade, ferramenta essencial que organiza e orienta a coleta, a análise e a interpretação de dados de biodiversidade de forma sistêmica. Esse plano é fundamental para avaliar o estado de conservação de espécies e seus ecossistemas, ajudando a compreender mudanças ao longo do tempo e a identificar alterações que possam indicar riscos de perda de biodiversidade. Além disso, fornece informações científicas confiáveis para a gestão da biodiversidade, orientando projetos de conservação e práticas de manejo sustentáveis.
Os monitoramentos de biodiversidade acompanham as mudanças de componentes e parâmetros da paisagem e das comunidades de fauna silvestre e flora, a fim de avaliar efeitos do manejo florestal. A avaliação é realizada nos níveis de paisagem e das comunidades de herpetofauna (anfíbios anuros e répteis), avifauna (aves), mastofauna (mamíferos de médio e grande porte) e vegetação nativa (arbustivo-arbóreo.)
As áreas amostrais monitoradas estão inseridas em diferentes mosaicos de cobertura florestal e abrigam diversas fitofisionomias dos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Até o momento, a Suzano registrou mais de 4.500 espécies de fauna e flora, sendo cerca de 190 ameaçadas de extinção e 180 endêmicas¹. Para cada espécie identificada, são armazenados dados sobre suas características (morfologia, nomenclatura, filogenia, hábitos, alimentação, comportamento), distribuição geográfica (registro de coleta, método de registro, bioma, fitofisionomia, estágio sucessional), endemismo e grau de ameaça.
A espacialização, a diversidade de ambientes e o ótimo estado de conservação de alguns remanescentes permitem o abrigo de grande diversidade de espécies. Essas áreas possuem parcela significativa na representatividade da diversidade de fauna silvestre e flora nativa nas áreas da companhia, quer seja no contexto local ou no regional.
Além dos resultados obtidos nos monitoramentos de biodiversidade, diversas iniciativas estão em andamento, destacando-se:
Conservar populações de primatas ameaçados no Compromisso para Renovar a Vida (CPRV) de Biodiversidade
A linha de ação Primatas Ameaçados integra o CPRV de Biodiversidade, com o objetivo de gerar, praticar e compartilhar conhecimento científico para recuperar e conservar populações estratégicas de primatas nos corredores ecológicos, viabilizando sua ocorrência e dispersão atual e futura. Os primatas estão entre os grupos biológicos chave, selecionados pela sua relação com as formações florestais e pelo uso majoritário da copa das árvores. Em outras palavras, sem ambientes florestais não há primatas.
Conservar populações de palmeiras no CPRV de Biodiversidade
A linha de ação Palmeiras, que integra o CPRV de Biodiversidade, considera que as palmeiras são importantes pelo seu potencial para biodiversificação produtiva e econômica, conservando a floresta em pé. Soma-se a isso uma enorme diversidade de espécies e, consequentemente, de formas nos biomas brasileiros, bem como o imensurável potencial de manejo produtivo sustentável e inclusivo para comunidades e povos tradicionais que se mantiveram e vivem próximo aos grandes remanescentes naturais brasileiros.
Uso de nova tecnologia no monitoramento de biodiversidade no CPRV
Em 2024, o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) iniciou um monitoramento de biodiversidade com o objetivo de criar as linhas de base da conectividade funcional nos corredores, analisando a atual distribuição das espécies para, assim, com o andamento do projeto, avaliar os impactos positivos na biodiversidade da implementação desses corredores.
Através de uma nova tecnologia para o monitoramento da biodiversidade, utilizou-se como método o eDNA Ambiental: por meio de armadilhas para a captura de moscas (saprófagas, hematófagas e/ou caprófagas), o DNA das espécies com que a mosca entrou em contato é extraído e analisado no Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação na Universidade Federal de São Carlos (LabBMC/UFSCar), permitindo identificar espécies presentes nos corredores.
Projeto de uso de tecnologia inovadora no monitoramento do mico-leão-preto
Tem como espécie-alvo um pequeno primata ameaçado de extinção, o mico-leão-preto (MLP) (Leontopithecus chrysopygus). Iniciado em 2024, o projeto é uma parceria entre a Suzano e o Laboratório de Primatologia da Universidade Estadual Paulista (LaP/Unesp), em Rio Claro, desenvolvido pela pesquisadora doutora Anne Sophie de Almeida e Silva, bolsista do programa Inova Talentos, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O projeto está sendo realizado na Fazenda Rio Claro (FRC), em Lençóis Paulista.
O MLP é uma espécie rara e endêmica do Estado de São Paulo, onde é reconhecida como patrimônio ambiental (Decreto n° 60.519, de 5 de junho de 2014). Atualmente, sua população está restrita a pouco mais de 20 fragmentos de Mata Atlântica, representando menos de 1% de sua distribuição original, o que faz com que cada uma dessas áreas, incluindo a FRC, seja de particular importância para a conservação da espécie.
O objetivo geral é identificar os padrões de ocupação espacial e temporal do MLP na área. Para isso, utiliza-se uma tecnologia recente e inovadora, que é o mapeamento acústico passivo (MAP), por meio da instalação de gravadores automáticos que registram todos os sons da floresta. Para a análise desses sons, está sendo utilizada inteligência artificial (IA) como ferramenta de detecção automatizada das vocalizações do MLP. Este é o primeiro estudo a utilizar IA como ferramenta de análise de bioacústica para a espécie.
Até o momento, foram processadas e analisadas 4.920 horas de gravações, o que resultou na detecção de 5 grupos de MLPs, além da detecção das outras duas espécies que compõem a comunidade de primatas da área: 3 grupos de bugios-ruivos (Alouatta guariba) e 7 grupos de macacos-prego (Sapajus nigritus). Com os dados já analisados, pode-se destacar:
Projeto Primatas Ameaçados de Extinção - Unidade de Negócio Florestal São Paulo
Em seu quarto ano de atividades, este projeto, coordenado pelo Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob a gestão do professor doutor Fabiano Rodrigues de Melo, realizou o levantamento e o monitoramento de primatas utilizando uma combinação de métodos tradicionais, como a busca ativa e playbacks, além de técnicas modernas, como armadilhas fotográficas no dossel e sobrevoos de drone termal. As atividades foram realizadas em duas localidades: Fazenda São Sebastião do Ribeirão Grande (FSSRG) e Fazenda Vitória, áreas de pesquisa que estão entre os maiores remanescentes de Mata Atlântica e são classificadas como Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVCs).
São seis espécies de primatas com distribuição nas duas áreas de pesquisa, sendo elas: muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), bugio-ruivo (Alouatta guariba), macaco-prego (Sapajus nigritus), sauá (Callicebus nigrifrons) e mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus). Com exceção do sauá e do macaco-prego, as outras quatro espécies estão sob algum grau de ameaça de extinção.
O muriqui-do-sul é a espécie bandeira do projeto. Atualmente, estima-se que haja cerca de 1.200 indivíduos adultos na natureza, sendo a espécie classificada como “em perigo” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os muriquis são considerados os maiores primatas neotropicais e endêmicos da Mata Atlântica brasileira, onde aproximadamente 10% da população existente é monitorada pelo projeto.
Estimamos que haja no mínimo 71 indivíduos de muriquis-do-sul em 3 grupos sociais distintos na FSSRG, 4 grupos de macacos-prego, 6 grupos de sauás e ao menos 1 grupo de bugio. Em outubro de 2024, tivemos o maior registro por terra com os muriquis, contabilizando no mínimo 38 indivíduos em um mesmo grupo, além de obter 650 registros positivos da fauna durante a terceira revisão das armadilhas fotográficas. Na Fazenda Vitória, a maior contagem de muriquis durante o mesmo voo foi de 21 indivíduos. Já por terra, a maior contagem da espécie nessa área foi de 18 indivíduos, além de no mínimo 5 bugios e 8 macacos-prego.
Monitoramento do bicudinho-do-brejo-paulista
Desde 2022, em parceria com a Save Brasil, a Suzano realiza em São Paulo o estudo populacional do bicudinho-do-brejo-paulista (Formicivora paludicola) em áreas da unidade florestal. A espécie possui uma das distribuições geográficas mais restritas entre as aves brasileiras, ocorrendo exclusivamente em áreas alagadas específicas localizadas nas bacias hidrográficas dos altos rios Tietê e Paraíba do Sul. É a mais nova descoberta da ornitologia – os primeiros registros ocorreram em 2004.
Endêmico da Mata Atlântica e ameaçado de extinção, o bicudinho-do-brejo-paulista está entre as espécies prioritárias para conservação no Plano Nacional das Aves da Mata Atlântica – 2° Ciclo, elaborado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Cemave/ICMBio), em 2023.
Em 2024, houve uma ampliação das áreas amostrais, totalizando 24, distribuídas nos municípios de Guararema, Mogi das Cruzes, Santa Branca e São José dos Campos. No total, foram identificadas 171 espécies de aves, incluindo 24 indivíduos adultos do bicudinho-do-brejo-paulista em 2 dessas áreas, cujos brejos são importantes hábitats para as populações da espécie. Atualmente, são conhecidas apenas 8 áreas de brejo que o bicudinho habita, sendo que 2 delas estão em propriedades da Suzano. Essas populações são essenciais para a sobrevivência da espécie no curto e longo prazo.
Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar
Em 2024, a Suzano tornou-se apoiadora deste programa para monitorar a fauna em uma das suas áreas florestais nativas, localizada em Pilar do Sul, no Estado de São Paulo. Foram registradas oito espécies de mamíferos, incluindo a anta (Tapirus terrestres), a jaguatirica (Leopardus pardalis), a onça-parda (Puma concolor), o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o veado-mateiro-pequeno (Mazama jucunda). A presença dessas espécies indica a importância dessa área conservada e evidencia a existência de recursos necessários para a sobrevivência de inúmeras outras espécies.
Com essa iniciativa, a área da Suzano passa a integrar o maior monitoramento em larga escala na Mata Atlântica no país, que abrange 17 mil quilômetros quadrados (1,7 milhão de hectares) na Serra do Mar, entre São Paulo e Paraná. O Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar é resultado da união de esforços de pesquisadores e pesquisadoras do Instituto de Pesquisas Cananéia e do Instituto Manacá, que atuam há mais de 15 anos em projetos de pesquisa e conservação da vida selvagem em uma das áreas mais importantes de biodiversidade do mundo, a Mata Atlântica da Serra do Mar.
Nota:
2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024⁴ | ||||||||||||||||
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São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | |
número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | |
IUCN – criticamente em perigo (CR) |
0 |
0 |
6 |
Não houve monitoramento |
2 |
0 |
4 |
Não houve monitoramento |
0 |
0 |
2 |
1 |
2 |
0 |
2 |
0 |
1 |
0 |
0 |
2 |
IUCN – em perigo (EN) |
0 |
0 |
13 |
Não houve monitoramento |
4 |
0 |
6 |
Não houve monitoramento |
1 |
0 |
6 |
4 |
2 |
0 |
12 |
3 |
2 |
0 |
3 |
2 |
IUCN – vulneráveis (VU) |
0 |
6 |
32 |
Não houve monitoramento |
10 |
7 |
23 |
Não houve monitoramento |
8 |
5 |
21 |
16 |
6 |
6 |
29 |
9 |
6 |
10 |
6 |
9 |
ICMBio³ – CR |
0 |
0 |
3 |
Não houve monitoramento |
0 |
0 |
2 |
Não houve monitoramento |
0 |
0 |
1 |
2 |
1 |
0 |
1 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
ICMBio – EN |
0 |
0 |
10 |
Não houve monitoramento |
6 |
0 |
6 |
Não houve monitoramento |
1 |
0 |
4 |
0 |
3 |
0 |
11 |
1 |
2 |
0 |
2 |
1 |
ICMBio – VU |
0 |
8 |
26 |
Não houve monitoramento |
12 |
12 |
17 |
Não houve monitoramento |
11 |
9 |
20 |
22 |
6 |
9 |
19 |
7 |
5 |
8 |
6 |
14 |
2020 | 2021 | 2022 | 2023 | 2024 | ||||||||||||||||
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São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | São Paulo | Mato Grosso do Sul | Espírito Santo/Bahia | Maranhão | |
número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | número total | |
Anfíbios |
18 |
15 |
19 |
Não houve monitoramento |
24 |
16 |
22 |
Não houve monitoramento |
Não houve monitoramento |
17 |
Não houve monitoramento |
Não houve monitoramento |
13 |
15 |
Não houve monitoramento |
9 |
15 |
7 |
18 |
14 |
Aves |
1 |
94 |
296 |
Não houve monitoramento |
272 |
212 |
276 |
Não houve monitoramento |
263 |
171 |
271 |
334 |
265 |
98 |
273 |
212 |
192 |
167 |
262 |
241 |
Mamíferos |
9 |
31 |
25 |
Não houve monitoramento |
45 |
30 |
22 |
Não houve monitoramento |
33 |
31 |
32 |
33 |
24 |
24 |
28 |
25 |
32 |
24 |
28 |
34 |
Plantas |
0 |
168 |
523 |
Não houve monitoramento |
225 |
62 |
524 |
Não houve monitoramento |
251 |
Não houve monitoramento |
256 |
364 |
56 |
Não houve monitoramento |
274 |
293 |
Não houve monitoramento |
136 |
375 |
151 |
Répteis |
0 |
15 |
3 |
Não houve monitoramento |
2 |
9 |
3 |
Não houve monitoramento |
Não houve monitoramento |
13 |
Não houve monitoramento |
Não houve monitoramento |
2 |
3 |
Não houve monitoramento |
5 |
3 |
4 |
2 |
6 |
Total |
2 |
323 |
866 |
Não houve monitoramento |
568 |
329 |
847 |
Não houve monitoramento |
547 |
232 |
559 |
731 |
360 |
140 |
575 |
544 |
242 |
338 |
685 |
446 |